Alvaro Dias diz que TV pública é mistério

Foto: Agência Senado

Alvaro: sem transparência.

Brasília – O senador Alvaro Dias (PSDB) questionou ontem em plenário a falta de transparência na implantação da TV pública. ?Ontem, ao divulgar o nome de quem dirigirá a TV pública, o governo, provavelmente, ainda não tinha conhecimento da derrota que sofreria no plenário do Senado Federal com a rejeição da medida provisória que deixou o professor Mangabeira Unger sem cargo e sem ministério?, disse o senador sobre a derrota da medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento a Longo Prazo.

O senador paranaense afirmou que ?sobre a TV pública, já há nomes de dirigentes, mas nós ainda não conhecemos o modelo de instituição dessa criação do governo Lula, pois a proposta ainda não foi encaminhada ao Congresso?.

Alvaro Dias fez referência a um artigo de Ipojuca Pontes em que se destaca a manifestação, organizada por entidades ligadas ao PT, contra a renovação das concessões de emissoras de televisão, cujo prazo termina no próximo dia 5. As entidades querem novas regras para a renovação das concessões, como, por exemplo, cota mínima de programação cultural e educativa, com a respectiva ampliação da produção regional e o acesso mais fácil ao direito de resposta.

Segundo o senador, a executiva do PT diz que vai acompanhar as manifestações e solicitar aos parlamentares do partido que façam gestões necessárias para que seja revisto o atual sistema de concessões. ?Isso preocupa principalmente porque Hugo Chávez começou assim e culminou no fechamento RCTV, na Venezuela?, disse Alvaro.

O senador lembrou que recentemente também o ex-ministro José Dirceu enfatizou ser fundamental a tarefa de regular a mídia no País: ?O chavismo tupiniquim começou a avançar sobre esse segmento. Nossa preocupação é a de que esse movimento surja sustentado por pretensões de natureza político-partidária?, disse Alvaro.

Mais críticas

Quem também criticou o governo ontem foi o líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES). Ele atribuiu parte da derrota governista com a derrubada da Medida Provisória (MP) 377 a uma falta de planejamento de execução orçamentária.

Isso, na avaliação dele, deixaria o presidente Lula sujeito a pressões inclusive dos próprios aliados.

?O governo se coloca numa posição de ser pressionado. Ele chama os partidos da coalizão para pressioná-lo porque não tem planejamento de execução orçamentária, não tem planejamento e método de relacionamento com os partidos da coalizão?, avaliou. ?Isso faz com que, numa hora como esta, de dificuldade e fragilidade, os partidos ou algum partido se coloque na posição de se manifestar para mostrar sua força.?

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