O líder em exercício do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que a demissão da chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, deve ser interpretada como uma “confissão”. Para o tucano, trata-se de uma “consequência natural dos fatos” que, segundo ele, são “tão graves que tornaram insuportável” a permanência dela no governo. O senador acrescentou que Erenice não pode despontar isoladamente no epicentro do escândalo, porque há uma parceria dela com a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, a ser lembrada.

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“Ela quer ser mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mãe dos brasileiros. Mas quando o filho é feio ela despreza, não quer ser nem madrasta?”, provocou o tucano, em alusão à parceria entre Erenice e a candidata do PT à Presidência da República. A parceria de trabalho se iniciou ainda quando Dilma era ministra de Minas e Energia e consolidou-se na Casa Civil, a ponto de Erenice ser indicada para suceder a presidenciável no posto.

No entanto, desde quando as denúncias apontaram que o filho de Erenice, Israel Guerra, estaria praticando tráfico de influência no governo vieram à tona, Dilma segue empenhada em se desvencilhar do escândalo. Ela chamou as denúncias de “factoides” e de mais uma tentativa do PSDB de ganhar a eleição “no tapetão”.

Mas para Alvaro Dias, Dilma não tem como se dissociar do escândalo envolvendo Erenice porque, conforme as denúncias, os fatos começaram quando ela ainda chefiava a Casa Civil. “Erenice só foi valorizada no governo depois do episódio do dossiê dos cartões corporativos”, acusa o tucano.

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Em 2007, Erenice foi acusada de confeccionar um dossiê sobre os gastos com cartão corporativo da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Depois foi cogitada para uma vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e acabou chefiando a Casa Civil. “Dilma é responsável pela indicação da Erenice, tem de dar explicações sobre o comportamento dela”, cobrou.

Investigação

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O tucano observa ainda que a demissão da ministra pode acelerar as investigações do Ministério Público Federal (MPF) sobre o suposto tráfico de influência no governo, porque ela perde o foro privilegiado. Assim, não será mais preciso autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para que ela seja investigada.

Alvaro Dias, que chegou a ser indicado para ser o vice na chapa de José Serra, será a estrela do PSDB no evento que o partido promove hoje à tarde na cidade de Mauá, na Grande São Paulo, palco da quebra de sigilos fiscais na Receita Federal. Indicado para falar em nome do partido, ele vai aproveitar para explorar os dois escândalos: a violação de sigilos e a demissão de Erenice Guerra.