Os deputados estaduais do PSDB alinhados ao Palácio Iguaçu conseguiram um apoio de peso para defender na reunião da próxima segunda-feira, dia 5, a liberdade de atuação na Assembléia Legislativa. O senador Alvaro Dias (PSDB) disse ontem que não seria inteligente obrigar os deputados a romperem com o governo.
Esta será a posição que Alvaro vai expressar na reunião da executiva da próxima segunda-feira, dia 5, convocada para decidir os rumos do partido. Um setor do partido está propondo que os deputados estaduais sejam enquadrados na linha de oposição ao Palácio Iguaçu.
Dos sete deputados estaduais eleitos, um é secretário do governador Roberto Requião (PMDB) (Nelson Garcia do Trabalho e Promoção Social), quatro votam com o governo na Assembléia Legislativa. Três se alinham à oposição, entre eles, o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni. Como a ala adversária do Palácio Iguaçu está apertando o cerco contra os deputados de viés governista, eles estão procurando as lideranças do partido para tentar se manter independentes na Assembléia Legislativa, posição que o partido já adota desde o primeiro mandato do governador Roberto Requião (PMDB), que somente depois das eleições do ano passado passou a ser questionada. A cobrança cresceu depois do novo atrito entre Requião e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), no início deste mês.
Alvaro acha que o momento não é adequado a posições radicais. ?Nesta fase, acho que precisa haver liberdade para a convivência partidária. Afinal, os deputados ganharam uma convenção para apoiar o governo?, disse o senador, recordando a convenção do PSDB realizada no primeiro semestre do ano passado, que aprovou a aliança com o PMDB para o governo do Estado e que foi anulada pela direção nacional. ?Foi uma anulação de cima para baixo?, comentou.
Em outros momentos, o PSDB poderia ter marcado posição, disse Alvaro. Mas perdeu essa chance quando decidiu não disputar o governo no ano passado e se dividiu entre as candidaturas à reeleição de Requião (PMDB) e do senador Osmar Dias (PDT). ?Todos cometeram equívocos e por isso, devemos superar essa fase?, afirmou o senador.
Para Alvaro, a meta deve ser a construção de um partido forte, com um projeto bem definido para as eleições do próximo ano e de 2010. ?E a cobrança de fidelidade deve ser de todos em relação a estes projetos?, comentou o senador.
Pedido
Ontem, o líder da bancada, Luiz Nishimori, e os deputados Luis Fernandes Litro e Francisco Bührer foram conversar com o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Eles defenderam junto ao prefeito a autonomia de voto na Assembléia Legislativa e pediram apoio a essa posição na reunião da próxima segunda-feira. Segundo relatou Bührer, o prefeito disse que iria pensar sobre o assunto.
?O prefeito é a grande liderança do partido hoje. Mas nossa posição na Assembléia não é a favor do governo, mas de projetos de interesse do estado. Não acredito que eles vão definir que tenhamos de ser oposição?, disse Bührer.
Nishimori afirmou que se a executiva aprovar a orientação para que a bancada se alinhe à oposição, eles irão se reunir para avaliar o que fazer. Os deputados tucanos alinhados ao Palácio Iguaçu ainda não admitem que cogitam deixar o partido se tiverem que se opor ao Palácio Iguaçu.