O senador Alvaro Dias (PSDB) confirmou ontem que tem recebido convites para ingressar no PMDB. O senador disse que os velhos amigos do tempo em que estava filiado ao partido querem sua volta, mas que, neste momento não vê razão para deixar o PSDB, onde diz que está sendo muito bem tratado. ?Até pela direção estadual?, destacou Alvaro, que já teve alguns conflitos com o presidente estadual do diretório tucano, o deputado estadual Valdir Rossoni. Alvaro fez ontem uma visita ao ex-governador e diretor presidente de O Estado, Paulo Pimentel.
As propostas para voltar ao PMDB vêm sendo feitas já há algum tempo, relatou o senador, comentando as freqüentes versões divulgadas nos meios de comunicação sobre uma suposta filiação ao partido do governador Roberto Requião. ?Mentira não é?, declarou o senador, sobre os convites. Mas explicou que não partem de Requião. ?Mas vêm dos meus amigos do PMDB, onde está a minha origem. Muitos peemedebistas estiveram comigo no meu governo?, afirmou.
Alvaro disse que não muda de partido quando está exercendo um mandato. Ele relembrou que todas as vezes em que deixou um partido, com uma exceção, foram quando estava sem mandato. A exceção foi o convite para deixar o PSDB, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando estava no seu mandato anterior no Senado e apoiou a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar denúncias de corrupção. ?Neste caso, eu não mudei. Mudaram comigo?, brincou o senador, que voltou ao partido mais tarde, depois de uma passagem pelo PDT. ?Mudar durante o mandato traz desconfortos e dificuldades?, acrescentou.
O senador vai continuar mantendo distância das disputas partidárias. Em novembro, quando houver a convenção estadual para mudança da direção estadual, Alvaro não pretende concorrer, como fez quando retornou ao partido, em 2004. O senador disse que não participou da reordenação do PSDB nos municípios e, por isso, também não vai se envolver no processo de troca da direção estadual.
Abertura
Mais voltado para sua atuação no Senado, Alvaro comentou o dia seguinte à absolvição do senador Renan Calheiros (PMDB) no processo de cassação de mandato. Ele destacou a posição das lideranças dos partidos de oposição em condicionar a votação de matérias de iniciativa do Executivo à votação das mudanças no Regimento Interno e na Constituição Federal, que acabam com as sessões e votações secretas para analisar pedidos de cassação de mandatos.
A medida foi a primeira reação ao resultado da sessão que manteve o mandato de Calheiros (PMDB). ?Vamos fazer uma obstrução seletiva das matérias de interesse do governo até que possamos votar as mudanças. O desgaste do Senado tem sido muito grande e nós precisamos apressar o procedimento?, disse Alvaro.
