Alvaro é um dos tucanos mais atuantes na campanha de José Serra (PSDB) à Presidência e, até ontem, o senador estava concentrado na campanha do presidenciável, evitando comentar sobre as eleições no Paraná. Osmar apoia a candidatura da presidenciável Dilma Rousseff (PT).
Na frente de seus irmãos, Alvaro fez o anúncio do seu voto em Maringá e disse que não tinha como ser diferente. “Não é um voto político partidário, mas é um voto de cidadão e de ser humano. Tenho certeza que as pessoas e meus colegas de partido vão compreender, é um voto do coração”, declarou Alvaro.
O senador aproveitou para esclarecer que, apesar de ter anunciado o voto no irmão, não vai participar da campanha de Osmar no Paraná. “Não vou participar de evento ou ato político. Isso também não altera minha campanha ao Gustavo (Fruet, para o Senado) e ao Serra, duas campanhas que participo abertamente”, completou o senador tucano.
A declaração de Alvaro vem depois que, para atingir Osmar, Beto Richa repetiu publicamente que não é a sua família que deve explicações sobre maus tratos cometidos contra professores, em clara referência ao confronto entre policiais e professores durante o governo de Alvaro Dias no Paraná, quando a cavalaria da Polícia Militar foi acionada para conter uma manifestação dos trabalhadores em educação.
Em duas ocasiões recentes, no debate do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) e no debate promovido pela RICTV, Beto Richa se referiu ao episódio do confronto. Alvaro, no entanto, negou que as últimas declarações do ex-prefeito de Curitiba o tenham motivado a revelar seu voto em Osmar.
“Não as considerei para essa decisão”, respondeu o senador. Na última terça-feira, Alvaro havia também criticado o pouco espaço dado a Serra no programa eleitoral de Beto Richa.
Em campanha por Apucarana, semanas atrás, Beto Richa deu início à discussão da campanha em relação aos professores quando disse que alguns profissionais da educação seriam “laranjas podres”, depois que integrantes da categoria começaram a enviar e-mail de apoio a Osmar e com críticas a Beto. Osmar Dias reagiu e saiu em defesa dos professores, chamando seu adversário de imaturo.
Osmar acha natural. E Beto diz que não é surpresa
Elizabete Castro
A declaração de voto Alvaro Dias para o governo foi recebida com naturalidade pelo senador Osmar Dias (PDT), que aguardava a manifestação desde o início da campanhal.
“Não esperava outra atitude do meu irmão”, reagiu o senador pedetista que, entretanto, não poderá ter o apoio registrado no seu programa no horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão.
A legislação eleitoral impede, já que os dois são filiados a partidos adversários na eleição. Osmar e Alvaro estavam, politicamente, distanciados desde o imbroglio das definições de candidaturas, quando Osmar ficou à espera da confirmação do irmão como candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB) para, depois, decidir se iria ou não concorrer ao governo.
Alvaro não foi indicado e os tucanos paranaenses tentaram atribuir o fato a Osmar que, por sua vez, assegurou que somente aceitou entrar na disputa ao governo quando o ,irmão havia sido removido da chapa, onde foi substituído pelo deputado federal carioca Indio da Costa.
O candidato do PDT ao governo agradeceu o apoio de Alvaro, lembrando que os laços de família são preponderantes. “Embora em partidos diferentes, temos laços fraternos e uma ligação acima das questões políticas”, afirmou.
Entre os tucanos, a maioria preferiu não comentar a declaração de Alvaro. O candidato ao governo, Beto Richa (PSDB), disse, por meio da assessoria, que o voto do senador tucano não causa surpresas, já que Alvaro e Osmar são irmãos e se trata de uma questão familiar. Para o candidato do PSDB ao governo, a atitude de Alvaro é natural já que ele e Osmar têm uma conhecida ligação familiar.
