Álvaro centra campanha em Curitiba; Requião quer explorar rádio

Os candidatos ao governo do Paraná que iniciam a disputa do segundo turno, Álvaro Dias (PDT) e Roberto Requião (PMDB), já definiram as principais estratégias para conquistar os eleitores. Enquanto Álvaro vai centrar sua campanha em Curitiba e região metropolitana, onde teve o menor número de votos, Requião pretende passar sua mensagem no horário gratuito e em entrevistas para rádios a fim de diminuir as viagens para o interior, que foram constantes no primeiro turno.

?Temos que ter uma atenção maior na região metropolitana, que foi a única região em que não venci no primeiro turno?, registrou Álvaro. Para ele, isso foi uma ?surpresa?, visto que as pesquisas realizadas pelo partido mostravam resultados diferentes. ?Vai haver migração dos votos de outros candidatos e precisamos recuperar aqueles votos que já foram nossos e que perdemos no último momento, talvez até por falta de estrutura melhor?, disse.

Segundo Requião, para o segundo turno ?tudo muda?. Como as emissoras de rádio e televisão estarão abertos aos dois candidatos, ele disse que pretende usar todo o espaço possível. O candidato do PMDB está propondo realizar grandes debates pelo rádio ou que as emissoras concedam espaço igual para os dois. ?Minhas projeções são otimistas?, acentuou. ?Tenho uma posição confortável e terei, com muito trabalho, uma vitória tranqüila.? Com perspectiva de não deixar o interior do Estado descoberto, Requião realiza quinta-feira, em Londrina, uma reunião com os prefeitos que o apóiam.

Ao mesmo tempo, os dois começam a costurar apoios para o segundo turno. Álvaro falou pouco na manhã de hoje, em razão de problemas na voz, consultou um médico e viajou para Brasília, onde, segundo os assessores, iniciaria as conversas para o segundo turno. O candidato disse que já tem manifestação de apoio de membros do PT, o partido mais assediado. Requião afirmou que vai esperar a reunião do diretório do PT, marcada para o fim da tarde de amanhã. Mas lembrou que nas quatro eleições de Luiz Inácio Lula da Silva o PMDB paranaense sempre o apoiou. Ele disse que passou o dia recebendo telefonemas de pessoas declarando apoio.

O candidato derrotado do PT, Padre Roque Zimmermann, disse ser favorável a que o partido declare sua escolha para o segundo turno. ?Vou propor que assumamos o risco por uma ou outra candidatura?, afirmou. ?Temos que ver qual terá mais condições de ajudar o Lula.? O PPS deve se reunir na quinta-feira para tomar uma posição. O secretário-executivo do PSDB no Paraná, Geraldo Siqueira, disse que a prioridade é a eleição de José Serra. O PSDB é talvez o partido mais dividido entre as candidaturas de Álvaro e Requião, mesmo porque os dois declararam que votam em Lula.

O PFL também está dividido. Requião disse que recebeu um telefonema do presidente regional do partido, João Elísio Ferraz de Campos, que está no exterior, dizendo que o PFL deve tomar uma posição. O vice-presidente, deputado federal Abelardo Lupion  está com Álvaro, enquanto o governador Jaime Lerner distribuiu uma nota dizendo que se manterá neutro. ?A minha neutralidade é coerente com a posição de divergência que sempre tive em relação aos dois candidatos?, afirmou.

Qualquer que seja o resultado das eleições no segundo turno, o próximo governador precisará saber negociar com a Assembléia Legislativa para conseguir aprovar seus projetos sem muitas dificuldades, pois as forças pulverizaram-se em 13 partidos. Com uma renovação de 42% no legislativo paranaense, o PT passa a ter a maior bancada, com nove deputados. É seguido de perto pelo PMDB, que conseguiu eleger oito parlamentares, pelo PFL, com sete, e pelo PDT, com seis. A seguir vem PSDB, com cinco, PPB, com quatro, PTB, PPS e PSB, com três, PSL e PL, com dois, e finalmente, PRP e PSC, com um representante cada um.

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