Após ser alvo de nova investigação pela Controladoria Geral da União (CGU) sobre os contratos com a Petrobras, a Alumini Engenharia informou em nota que “refuta com veemência” as “denúncias infundadas” sobre desvios em seus contratos. A CGU determinou a abertura das investigação nesta quarta-feira, 11, a partir das informações prestadas pelos delatores na Operação Lava Jato, que indicaram que a empresa integrava o cartel de empreiteiras que desviava recursos dos contratos com a estatal. A empresa já estava incluída na lista de companhias suspensas de novas licitações da Petrobras.

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Em nota, a Alumini afirmou que tem “plena convicção” da lisura dos contratos e que “refuta com veemência as acusações infundadas que foram feitas, bem como as tentativas de incluir indevidamente a empresa em episódios escusos”. Segundo a empresa, os seus negócios têm “padrões éticos e transparentes” e os contratos com a Petrobras foram obtidos com licitações “com regras rigorosas e claras”.

Caso seja comprovada a participação da empresa no esquema, ela poderá ser declarada inidônea e ser impedida de celebrar novos contratos com a estatal. Além da Alumini, outras nove companhias tiveram novas investigações abertas por determinação da CGU. Todas foram suspensas, em dezembro, de participar de novas licitações da Petrobras. O objetivo das novas investigações, de acordo com a CGU, é unificar os procedimentos de apuração das irregularidades e evitar dupla punição às empresas.

A Alumini detinha contratos com a Petrobras para a construção de unidades das refinarias Abreu e Lima (Rnest) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), duas das principais obras envolvidas no esquema de corrupção na estatal. A empresa teve seu último contrato com a Petrobras rescindido em janeiro, segundo a estatal, por ter abandonado o canteiro de obras. A Alumini, por sua vez, afirma que a petroleira tem dívidas de R$ 1,2 bilhões a pagar por serviços já executados.

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Em função do impasse, mais de 2.500 trabalhadores do Comperj estão com salários atrasados desde dezembro. Na última segunda-feira, um grupo de operários ocupou o prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para protestar contra os atrasos nos pagamentos. Eles conseguiram uma decisão liminar para rescindir os contratos de trabalho e para que a Alumini e a Petrobras se responsabilizem pelo pagamento das indenizações trabalhistas. Uma decisão judicial é aguardada para a próxima sexta-feira.

Os detalhes das denúncias prestadas pelos delatores na Operação Lava Jato não foram divulgadas. Também estão sob investigação as empresas GDK, Promon Engenharia, Andrade Gutierrez, Fidens Engenharia, Sanko Sider, Odebrecht, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Ambiental e SOG Óleo e Gás.

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