O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato a vice na chapa do tucano Aécio Neves, disse em sabatina no Estadão que nem mesmo o eleitor do PT concorda “com a roubalheira” envolvendo a gestão governamental. “No PT, a roubalheira se transformou em um método de governo”, frisou, destacando escândalos como mensalão e o que envolve a Petrobras.

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Na sua avaliação, a forma de governar para manter a maioria, “comprando partidos políticos e o Congresso Nacional”, se tornou um método petista de governar. “O problema é o seguinte: a corrupção não começou com o PT, mas com o PT se transformou em método de governo. É uma coisa de louco. É uma desfaçatez.” Para o senador tucano, há um “total alheamento” por parte de Dilma sobre as denúncias. E negou veemente que tivesse ocorrido compra de voto para a instauração da reeleição. “Fernando Henrique é um dos grandes estadistas do Brasil”, disse.

No final da sabatina, o vice na chapa de Aécio Neves utilizou o mesmo argumento do presidenciável tucano, ao falar da crença de que a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, não vai se reeleger neste pleito. “Dilma Rousseff não será eleita nem aqui e nem na China.”

Segurança

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O candidato a vice de Aécio criticou a proposta da candidata petista de o governo federal assumir a responsabilidade sobre a política de segurança pública. “O governo tem segurado os recursos para essa área num grau absurdo”, disse, durante a série de Entrevistas Estadão, ressaltando que o governo federal precisa atuar “mais e melhor” na questão da segurança.

“O governo não está aplicando aquilo que ele pode aplicar. Tem o clássico problema do controle das fronteiras. E tem a questão também da legislação penal e da processual penal. Se o governo, que tem ampla maioria, não impulsiona, as coisas tendem a morrer. Não tem um projeto em discussão para rever isso. Então, cumpra primeiro suas atribuições antes de propor mudanças constitucionais”, disse.

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Questionado sobre seu projeto de lei que prevê penas mais duras a menores infratores e um outro projeto defendido pelo governador Geraldo Alckmin, que prevê penas ainda maiores, Aloysio disse que as duas propostas “não são incompatíveis”. “Isso pode ser questionado quanto à constitucionalidade”, disse em referência a proposta de seu correligionário que prevê até 8 anos de detenção. “Tem várias medidas previstas na lei que não são aplicadas por falta, sobretudo, de apoio local. A questão da privação de liberdade é um aspecto, mas não é o essencial”, completou.

Maconha

Aloysio disse que, diferente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ele não defende a descriminalização da maconha. “Eu mudei de ponto de vista. Diante do vulto que isso levou, tenho receio de adotar essa política”, afirmou, lembrando que chegou a discursar no plenário a favor da política de drogas mais liberal.

Questionado se o fato de apenas FHC manifestar sua posição a favor da legalização e de outros líderes tucanos se colocarem contra a proposta poderia ser estratégia do partido para evitar um eventual desgaste eleitoral, Aloysio afirmou que em seu caso a opinião não é eleitoral, mas reconheceu que o tema precisa ser mais debatido no partido.

“No meu ponto de vista, a posição do PSDB não é eleitoral. Mas é um tema pouco discutido, ou não discutido suficientemente dentro do PSDB, é verdade”, disse. “Não tenho posição dogmática sobre isso. Não é porque sou candidato a vice, não, é porque não tenho convicção formada”, completou.