Há menos de duas semanas no cargo de ministro da Educação, Aloizio Mercadante chegou à conclusão de que a escola não está “interessante”. Isso explicaria parte do fato de 3,8 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estarem fora da escola, segundo dados divulgados no início da semana pela ONG Todos pela Educação.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição de hoje, o ministro anunciou ontem que discute o pagamento de bônus para as escolas que alfabetizarem todos os alunos até 8 anos. Essa seria sua prioridade na pasta. “É muito mais inteligente resolver na idade certa que fazer programa de recuperação depois”, afirmou. Ele lembra que a meta assumida pelo governo em Dacar é chegar a 2015 com 6,7% de jovens e adultos analfabetos – o índice hoje é de 9,6%.
O ministro também falou sobre as mudanças que o Exame Nacional do Ensino Médio sofrerá para se tornar mais seguro. Para evitar que a primeira prova do Enem sob seu comando não se transforme em nova crise, Mercadante disse que trabalha para aumentar o banco de questões da prova, atualmente com cerca de 6 mil questões – um décimo do mantido nos EUA.
Para ele, ainda há risco logístico na prova. “Precisamos de um banco com um volume grande de questões. Quando tivermos banco amplo, o risco acabará. É tanta questão a que você teria de ter acesso que o único caminho é estudar. A segunda questão são as redações. Precisamos aprimorar o critério de correção, para que tenhamos mais segurança na avaliação”.