Cercada de desconfiança mútua, a aliança nacional entre PMDB e PSDB vai se refletir de maneira discreta nas eleições municipais deste ano. Entre as 26 capitais, apenas quatro (Manaus, Florianópolis, Teresina e Vitória) terão candidatos de um partido com vice do outro. Em outras duas capitais, as legendas estarão juntas numa mesma coligação apoiando candidato de um terceiro partido.
“As relações não se dão de maneira tão direta e retilínea”, afirmou o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco.
Um dos principais conselheiros do presidente em exercício Michel Temer, Moreira Franco observou que o PMDB sempre privilegiou a realidade local para a formação de alianças nas eleições municipais. “O PMDB, por tradição, nunca intervém nas realidades locais. Há uma prevalência da realidade local. Nunca fazemos aliança nacional inibindo realidades locais.”
O secretário-geral do PSDB, Silvio Torres afirmou que, em algumas cidades, a aproximação entre os dois partidos em âmbito nacional facilitou a formação de alianças entre lideranças locais que até então atuavam em campos opostos. É o caso de Manaus (AM), onde o prefeito Arthur Virgílio (PSDB), que tenta a reeleição, terá o deputado Marcos Rotta (PMDB) como candidato a vice. Em 2012, seu vice era do PPS.
“O jogo das forças políticas em âmbito nacional acabou favorecendo essa aproximação nas cidades onde aconteceram”, disse Torres.
Concorrentes
Nos principais colégios eleitorais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no entanto, peemedebistas e tucanos serão concorrentes. Na capital paulista, o PMDB aposta na candidatura da senadora Marta Suplicy, que tem como vice um ex-tucano, Andrea Matarazzo (PSD), que deixou o PSDB em março após divergências internas.
No Rio, o PSDB preferiu lançar um candidato desconhecido a apoiar Pedro Paulo, indicado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). Em Belo Horizonte, o senador tucano Aécio Neves lançou João Leite e o PMDB, Rodrigo Pacheco.