A tropa de choque governista começou a atuar antes mesmo de instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Ontem, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e o senador Paulo Duque (PMDB-RJ), ambos cotados para a relatoria da CPI, disseram que são contra a requisição da investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta o uso frequente de contratos turbinados por termos aditivos que elevam custos de obras e serviços da estatal, conforme publicou ontem o jornal O Estado de S. Paulo.
“Não vamos fazer uma devassa na Petrobras. Esta é uma CPI com foco determinado”, disse Jucá. Já Duque se mostrou favorável a um diálogo com o TCU, mas disse não ser o caso de pedir as investigações do tribunal. “Esses documentos não podem sair de lá.” Já Inácio Arruda (PCdoB-CE), também da CPI, ironizou: “Se a CPI da Petrobras partir para analisar aditivos de contratos, aí vamos ter de fazer uma CPI igual praticamente em todo o Brasil, até porque todos os contratos são aditivados no Brasil.” Os governistas ocuparão 8 das 11 vagas de titulares.
Para o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a auditoria feita pelo TCU tem de ser analisada. “Vamos ter especialistas na área de licitações e contratos para analisar tudo que a CPI receber”, disse o tucano, ao defender a aprovação de requerimento com o envio dos documentos do TCU para a CPI. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento de criação da CPI, seguiu a mesma linha do colega.
“Vamos requisitar essa auditoria. Se não deixarem, poderemos com base nesses indícios encaminhar ao Ministério Público (MP) uma representação dos partidos de oposição para que isso seja investigado.”