Deputados da base aliada afirmaram nesta terça-feira que o apoio maciço da bancada do PDT ao salário de R$ 560 pode deflagrar a primeira grande crise do governo Dilma Rousseff.
“Vamos pedir a demissão do ministro Carlos Lupi”, afirmou uma liderança da base governista sobre o pedetista, que comanda o Ministério do Trabalho. “Nós vamos para o sacrifício e eles ficam bem com o eleitor?”, reclamou um aliado, que votará a favor do mínimo de R$ 545, conforme defendido pelo governo.
Deputados da base governista fazem coro a esse parlamentar, argumentando que o governo terá de punir o PDT com a perda do ministério se a bancada votar maciçamente a favor dos R$ 560 reivindicados pelas centrais sindicais. Do contrário, prometem retaliações nas próximas votações de interesse do governo.
Presidente da Força Sindical e um dos líderes do movimento que defende o mínimo de R$ 560, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) afirma que 25 dos 27 deputados do PDT votarão contra o governo.
O líder do PDT, deputado Giovani Queiroz (PA), afirma que a bancada ainda não se posicionou formalmente sobre o assunto, mas reconhece que a maioria defende os R$ 560. O próprio Queiroz votará pelos R$ 560. A tendência é liberar a bancada na votação desta quarta-feira, adiantou.
Ele acrescentou que não recebeu nenhuma ameaça do governo caso a bancada se posicione contra a proposta de R$ 545. “Aliado não é subordinado, tem opinião própria. Se houver ameaça, piora”, afirmou.
Em resposta aos demais aliados que ameaçam pedir a demissão de Lupi, Queiroz reagiu: “Eles não podem nos punir pela coragem de assumir nossa posição partidária. Eles que votem pelos R$ 560”, provocou.