Com a definição do líder do governo na Câmara e o apelo para que Waldir Maranhão (PP-MA) não presida as sessões plenárias, a palavra de ordem entre os líderes dos partidos é desobstruir a pauta e colocar a Casa para funcionar. A Câmara não vota nenhuma matéria no plenário há 14 dias, desde o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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De acordo com o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), quatro Medidas Provisórias (MPs) serão votadas nesta quarta-feira, 18. A 706 (que transfere dívidas de R$ 3,5 bilhões das distribuidoras da Eletrobras no Norte do País para a conta de luz), a 708 (que autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos Estados e ao Distrito Federal), a 712 (que dispõe sobre a adoção de medidas de combate ao mosquito transmissor do vírus da dengue, da chikungunya e do zika) e 715 (que destina R$ 316,2 milhões para pagar parcelas do Benefício Garantia-Safra). “A Casa precisa voltar a funcionar e de forma efetiva”, declarou Jovair. Os novos governistas dizem que estão preparados para a obstrução liderada pelo PT e para, se necessário, levar as votações no plenário “noite adentro”.

A preocupação é destravar a pauta e deixá-la livre para as medidas que serão encaminhadas nos próximos dias pelo presidente em exercício Michel Temer. Os partidos do “centrão” acreditam que, com a indicação do líder do PSC, André Moura (SE), para a liderança do governo, haverá encaminhamento mais célere aos trabalhos. “Não ter um líder do governo faz com que a eficiência se reduza”, lembrou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).

Rosso não soube dizer como o governo deverá compensar os partidos que defendiam o nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o posto de líder do governo, mas lembrou que ele defendeu um rodízio no cargo para “oxigenar o compartilhamento de decisões”.

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Jovair afirmou que Moura não é indicação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Eduardo Cunha está na dele. A indicação foi dos partidos do centro”, disse.

Bom senso

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Os líderes fizeram um apelo para que Waldir Maranhão não insista em presidir os trabalhos no plenário, colaborando para que não haja tumulto nas votações. Na terça-feira, 17, um grupo significativo de parlamentares pediu, aos gritos no plenário, para que o pepista deixe a presidência da Câmara. “Ele sabe que sua presença no plenário neste momento não é conveniente”, destacou Jovair. A ideia é que as votações sejam conduzidas pelo segundo-vice-presidente Fernando Giacobo (PR-PR) ou pelo primeiro-secretário da Mesa, Beto Mansur (PRB-SP). “Não gostaríamos de ter esse problema dentro do plenário”, completou Jovair.

Rosso contou que o apelo dos líderes foi recebido com o silêncio de Maranhão. O líder do PSD disse que do ponto de vista político, Maranhão “fala uma linguagem e a Casa outra”. “Neste momento, o bom senso pede que ele se retire da condução dos trabalhos”, declarou.

A reunião do colégio de líderes teve a participação de Maranhão. PPS e DEM, os mais críticos à permanência de Maranhão na presidência, não enviaram representantes.