Lideranças do PT e do PMDB se reuniram ontem em Curitiba para definir a estratégia de campanha do segundo turno da campanha da candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) em Curitiba e Região Metropolitana.
O encontro, realizado no antigo comitê de campanha da senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT), teve a participação de deputados estaduais e federais com domicílio eleitoral em Curitiba e o governador Orlando Pessuti (PMDB), encarregado de envolver o PMDB, principalmente os prefeitos e deputados, na campanha em todo o Estado, e por extensão, evitar migrações para a campanha do tucano José Serra, que ganhou o reforço do governador eleito, Beto Richa.
Pessuti disse que, apesar de o governador eleito ser do campo adversário, não houve prejuízos à base de apoio da candidata petista no Paraná. “Diferente do primeiro turno, quando o poder estadual estava em disputa, os tucanos estão no segundo turno com o governador eleito e ele exerce uma grande influência. Mas nossos prefeitos e deputados têm que saber que a Dilma está em primeiro lugar nas pesquisas e tem mais chances de se eleger presidente do que o Serra. Isso também pesa na balança”, comparou o governador.
No final de semana, Pessuti esteve em duas regiões do Estado, Oeste e Norte, mobilizando a base do partido para a campanha. Ontem, fez reunião no litoral à noite.
Amanhã, irá ao Noroeste e na quinta-feira, reúne peemedebistas das regiões Sul e Campos Gerais. No próximo final de semana, Pessuti vai ao Sudoeste. “Nós estamos conversando com os coordenadores da campanha no primeiro turno para que retomem os trabalhos com carreatas, reuniões e comícios. Porque independente da expectativa de ter um cargo ou um ministério no governo, o PMDB vai ter uma participação no governo. Não é só o Beto que ficou mais forte no segundo turno. Nós também temos força. E isso nos motiva”, comentou.
Tarefa difícil
A missão de aumentar a parcela de votos da candidata petista no Paraná neste segundo turno é considerada uma tarefa árdua por Pessuti. Ele relembrou que, apenas uma vez, Lula ganhou a eleição no Paraná, desde a redemocratização do país.
Na primeira eleição direta, em 1989, o máximo que a esquerda conseguiu no Estado foi colocar Leonel Brizola em segundo lugar com 14,4%, atrás de Fernando Collor de Mello, que venceu a eleição no Paraná com 40,63% dos votos.
Somente em 2002, Lula venceu José Serra (PSDB) no primeiro e segundo turnos. No primeiro turno, Lula venceu por 50,1% contra 26,98% de Serra. no segundo turno, o petista obteve 59,2% contra 40, 7% dos votos no Estado.
Os números mostram que é um desafio a vitória de Dilma no Estado neste segundo turno, afirmou Pessuti. “E olha que ela já fez um percentual de votos maior que o Lula já fez por aqui. Melhorar esse índice não é fácil, mas nós podemos consolidar o que temos”, disse.
No primeiro turno, Dilma obteve 38% dos votos contra 43% de Serra no Estado. Nas duas maiores cidades do Estado, Curitiba e Londrina, a candidata do PT fez seus menores percentuais. “É uma situação histórica. As forças populares de esquerda não ganham aqui na eleição presidencial. Então, o nosso esforço tem que ser grande”, disse.