A aliança do PSDB em torno da candidatura do prefeito Beto Richa com o PDT e o DEM começa a ficar turva.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o presidente estadual do PDT, senador Osmar Dias, para conversar na próxima semana e o presidente estadual do DEM, Abelardo Lupion, e o deputado estadual Osmar Bertoldi, voltaram de uma reunião com o deputado Rodrigo Maia, presidente nacional do partido, em Brasília, anunciando que o partido irá ter candidato próprio à prefeitura de Curitiba. O nome é o de Bertoldi, que já disputou a eleição para prefeito em 2004.
O tema da reunião entre Osmar e Lula não é conhecido. Mas há algum tempo, já é conhecida a estratégia do Palácio do Planalto de pedir aos aliados no Congresso Nacional que procurem não desestabilizar a coalizão nas eleições municipais. Um pedido que o presidente já fez aos integrantes do Conselho Político do governo e que pode ser atendido com o lançamento de um candidato próprio a prefeito pelos aliados nos municípios.
No encontro entre Osmar e Lula pode entrar ainda na conversa uma possibilidade de um novo espaço para o PDT no governo, com o afastamento de alguns ministros que vão concorrer às eleições municipais. Um deles é o ministro da Previdência, Luiz Marinho, que poderia ser substituído pelo atual ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Neste caso, Osmar seria um nome a ser considerado para o lugar de Stephanes na Agricultura. Osmar já foi cotado para o ministério de Lula no mandato anterior. Agora, o PDT é formalmente um aliado.
Já o DEM tem adotado a estratégia de montar seus palanques próprios nos municípios onde os interesses não coincidem com os do PSDB. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, os dois partidos farão palanques distintos. Em Curitiba, o DEM deixa uma brecha em aberto, mas segundo Lupion declarou ontem em entrevistas, nem começa a conversa com os tucanos se o prefeito Beto Richa apresentar a chapa fechada. Ou seja, se a vaga de candidato a vice-prefeito não estiver livre.