Símbolo tradicionalmente associado ao PT, uma estrela tem sido usada na campanha do candidato ao governo de Pernambuco Armando Monteiro (PTB). Apesar de lulista declarado, o postulante petebista ao Palácio do Campo das Princesas é o principal aliado de Geraldo Alckmin (PSDB) no Nordeste e garante palanque ao candidato tucano à Presidência no Estado.
De cor laranja e com o número 14 gravado, a estrela de Monteiro está presente em todas as peças de propaganda eleitoral do candidato.
Monteiro se viu pressionado a apoiar Alckmin para evitar uma debandada tucana do seu grupo político, que tem o presidente do PSDB pernambucano, Bruno Araújo, como candidato ao Senado.
O petebista declarou apoio ao PSDB em 27 de julho, uma semana após visitar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A visita causou mal-estar na aliança de Monteiro e uma ameaça do desembarque do PSDB da coligação, o que foi resolvido com a manifestação formal de apoio aos tucanos.
Em 2014, quando o petebista se candidatou a governador pela primeira vez, a estrela escolhida por sua equipe era amarela e aparecia apenas como um detalhe no logo azul utilizado na campanha.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Monteiro – que foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Dilma Rousseff – negou que tenha se inspirado no PT para a escolha da estrela e afirmou que o símbolo remete à bandeira de Pernambuco, que tem uma estrela amarela.
Para o cientista político Isaac Luna, professor do Centro Universitário Guararapes, em campanha eleitoral, nenhuma escolha é por acaso. “Com certeza essa estratégia está muito bem traçada pela equipe de marketing que toma decisões a partir de pesquisas internas. Faz parte candidatos copiarem símbolos, frases de efeito e outras coisas que remetam a políticos aliados ou bem avaliados para capturar esses votos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.