O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse hoje que o pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, tem condições de ampliar a vantagem sobre a candidata do Palácio do Planalto, a ex-ministra Dilma Rousseff. “O governador (Serra), com o tempo disponível de candidato e as visitas que vai fazer, terá espaço para crescer”, afirmou o senador ao comentar o resultado da mais recente pesquisa feita pelo Datafolha.
De acordo com o levantamento, o ex-governador de São Paulo tem 38% das intenções de voto contra 28% da candidata indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ela chegou ao limite dela como candidata ancorada à máquina do governo”, disse Agripino, lembrando que, no levantamento anterior, a ex-ministra estava com 27% das intenções de voto. Nesta mesma pesquisa, Serra aparecia com 36%.
Apesar da diferença de dez pontos porcentuais, o deputado Henrique Fontana (PT-SC), ex-líder do governo na Câmara, disse que o resultado da pesquisa não altera o rumo da campanha petista. “Temos um sinal claro que a maioria quer a continuidade”, disse.
Fontana criticou, entretanto, a diferença entre o resultado do Datafolha e o apurado por outros institutos. “Está acontecendo um problema grande com os institutos de pesquisa. Um dá empate e outro dá dez pontos de diferença, em períodos semelhantes de consulta?”, questionou o deputado, referindo-se à pesquisa Sensus divulgada na terça-feira passada e que apontava empate entre Serra (33% das intenções de voto) e Dilma (32%). “Torço para que o Datafolha esteja com a bússola desregulada.”
A pesquisa Sensus foi divulgada pela Força Sindical, entidade que apoia a candidatura de Dilma. O levantamento, segundo o registro do TSE, seria pago pelo Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias de Rodovias (Sindicrep). Mas a entidade negou ter conhecimento do caso. Segundo o Sensus, houve um erro no registro da pesquisa no TSE, já corrigido, e o verdadeiro contratante seria o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav).