O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) será o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff. O titular da pasta é o responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, mas, na configuração planejada por Dilma, as grandes negociações serão tocadas pelo futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Na prática, Luiz Sérgio cuidará do “varejo” com a Câmara e o Senado.

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Presidente do PT do Rio de Janeiro, o deputado foi convidado ontem por Dilma a assumir o cargo no lugar de Alexandre Padilha, que irá para o Ministério da Saúde. Ex-líder da bancada petista na Câmara, Luiz Sérgio é considerado “cria” do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Na crise do mensalão, ele foi um dos principais defensores do ex-ministro no plenário da Casa.

Além do chefe de Relações Institucionais, Dilma oficializou ontem outras quatro indicações: o prefeito de Sobral, Leônidas Cristino (PSB), ocupará a Secretaria dos Portos; Fernando Bezerra Coelho (PSB), a Integração Nacional; José Elito Carvalho Siqueira, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Jorge Hage será mantido na Controladoria-Geral da União.

À noite, deputados do PT e de outros partidos comemoravam a indicação de Luiz Sérgio em um esvaziado plenário da Câmara. “Quero minhas emendas parlamentares!”, brincou o ex-petista Chico Alencar (PSOL-RJ). “Calma, nem assumi ainda”, devolveu o deputado. A liberação de emendas é sempre um nó a ser desatado pelo chefe da Secretaria de Relações Institucionais e a situação piora em tempos de aperto orçamentário, como agora.

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No modelo idealizado por Dilma, Luiz Sérgio atuará em dobradinha com Palocci, que ficará encarregado das articulações políticas de bastidor, principalmente com o Senado, e das negociações com governadores. O projeto inicial da presidente eleita era desidratar a Casa Civil, mas ela mudou de plano.

Ex-prefeito de Angra dos Reis, Luiz Sérgio está no quarto mandato como deputado. Foi eleito pela primeira vez em 1998. Este ano, recebeu 85 mil votos – segundo candidato a deputado federal mais votado do PT no Rio e com 18,4% dos votos de Angra, seu reduto eleitoral.

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