O senador eleito pelo Ceará Eunício Oliveira (PMDB) declarou que achou “bom” haver um segundo turno na eleição presidencial. “É bom para a campanha presidencial, o eleitor tem chance de conhecer a fundo os candidatos e temos tempo para mostrar que nosso projeto é melhor”, completou o peemedebista, que é aliado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

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Eunício não se sente constrangido de expor sua convicção, que contraria o desejo da cúpula do PMDB, principal aliado da coligação de apoio à Dilma e que detém a vaga de vice, ocupada pelo presidente do partido, deputado Michel Temer. Além de ter sido ministro das Comunicações no governo Lula, Eunício é membro da Executiva Nacional do PMDB e aspirante à presidência do partido.

Ele relata que este não é um sentimento isolado e, sim, compartilhado por outros aliados. “O Lula do alto de sua popularidade foi para o segundo turno, nossa tradição não é de primeiro turno”, afirma. Ele ressalva que as vitórias de Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998, foram exceções à regra.

O peemedebista argumenta ainda que é preciso interpretar o recado do eleitor que preferiu votar em Marina Silva (PV) porque, segundo ele, queria mais tempo para dissipar dúvidas sobre Dilma. “O eleitor da Marina é eleitor da Dilma, que não estava satisfeito com o governo e pediu mais tempo. Senão, por que não votou de uma vez em Serra?”, questiona.

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Eunício entrou em rota de colisão com o PT no Ceará por causa da disputa pelas duas vagas ao Senado. “O PT estava angustiado, achando que o Tasso Jereissati, do PSDB estava eleito, e passou a tentar tirar votos de mim”, relata.

Prevendo o embate, Eunício tentou impedir o PT de lançar a candidatura do ex-ministro da Previdência José Pimentel ao Senado. Ambos lançaram-se numa disputa fratricida e sobraram estilhaços para a relação PT-PMDB no Estado. No final, porém, os dois acabaram eleitos, derrotando o tucano.

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