O senador Alfredo Nascimento (PR-AM) subiu à tribuna do Senado na tarde desta terça-feira e, em discurso acalorado, comemorou a conclusão das investigações conduzidas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre as denúncias que afastaram o parlamentar do Ministério dos Transportes. Para Gurgel, não há indícios de envolvimento de Nascimento nem do deputado Valdemar Costa Neto nas irregularidades encontradas nas licitações e contratos na pasta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU).

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Na época, indignado com a falta de apoio da presidente Dilma, Alfredo Nascimento disse que não era “lixo”. “O meu partido não é lixo para ser varrido da administração”, afirmou em agosto de 2011. Nesta terça, o senador repetiu que não é “lixo” e disse ter se sentido “envergonhado” desde as denúncias que o fizeram deixar a pasta.

“Passei ao longo desses dois anos encolhido, envergonhado. Vergonha de olhar nos olhos das pessoas. Cruzava no aeroporto, as pessoas me olhavam e eu baixava a cabeça”, afirmou em seu discurso. “Agora posso olhar nos olhos dos senhores, meus colegas senadores. Posso olhar para trás e ver que, em mais de 30 anos de vida pública, nunca pratiquei um ato do qual tenha que me envergonhar”, completou.

Nascimento pediu demissão da pasta em 5 de julho de 2011. A investigação foi aberta em outubro de 2011 pelo Ministério Público para apurar suspeitas do envolvimento do senador e de Costa Neto no suposto esquema de desvio de dinheiro público nos Transportes. O parecer de Gurgel segue, agora, para o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.

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