A Corregedoria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai concentrar a investigação contra a deputada estadual Janira Rocha (PSOL) na denúncia de que ela recolhia parte do salário recebido pelos assessores. Se confirmada, essa prática, chamada de cotização, pode caracterizar quebra do decoro parlamentar. Janira também é acusada, por dois ex-assessores, de desviar dinheiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ), do qual ela foi diretora, para usar na própria campanha e na organização do PSOL.

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Os dois ex-funcionários do gabinete de Janira, Marcos Paulo Alves e Cristiano Valadão, prestaram depoimento nesta quarta, 11, ao corregedor da Alerj, deputado Comte Bittencourt (PPS), e confirmaram as acusações. “Ambos foram muito firmes, seguros”, disse o corregedor. Ele considera descartada a hipótese de que os repasses eram voluntários, como a parlamentar chegou a alegar.

Na próxima quarta-feira, 18, Comte e o corregedor substituto, deputado Luiz Paulo (PSDB), ouvirão o delegado titular da Delegacia Fazendária, que recebeu as denúncias feitas pelos ex-assessores, e outras pessoas que teriam repassado parte dos seus salários. Segundo Comte, de “oito ou dez” funcionários e ex-funcionários do gabinete eram obrigados a entregar parte do salário para a deputada.

A última pessoa a ser ouvida pela corregedoria será a própria Janira. Quando o órgão concluir a investigação, o relatório será submetido ao Conselho de Ética da Alerj, e, caso seja aprovado, vai à avaliação do plenário.

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A deputada também está sendo investigada pelas polícias Civil e Federal e pelo Ministério Público.