Ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a proibição ao jornal O Estado de S. Paulo de publicar matérias sobre Fernando Sarney, o presidente da República em exercício, José Alencar, disse que tem preocupação quando a liberdade de imprensa é cerceada. Hoje (11), em entrevista, no Rio de Janeiro, Alencar não quis, entretanto, entrar no mérito do caso específico.
“Tem uma frase antiga, que agora não está me ocorrendo o autor dela: ‘O preço da liberdade é a eterna vigilância’. E um dos instrumentos mais importantes para a liberdade é a liberdade de imprensa. Isso fortalece a própria democracia”, disse Alencar.
Há 133 dias, o jornal O Estado de S. Paulo foi impedido, por decisão judicial, de publicar matérias referentes à Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que tem entre os investigados o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney. Ele é acusado pela PF pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência e contra o sistema financeiro.
Ontem (10), o STF negou pedido de liminar do jornal contra decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), que proíbe a publicação de reportagens sobre a operação da PF.
O TJ-DF atendeu a pedido de Fernando Sarney cujo argumento é o de que o inquérito da Operação Boi Barrica tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob segredo de Justiça, o que impede a divulgação de diálogos captados por meio de escuta telefônica.