Unir PT e PMDB em Minas Gerais, garantindo um palanque único no segundo maior colégio eleitoral, ainda é um desafio para os articuladores da campanha da possível candidata petista Dilma Rousseff. O vice-presidente José Alencar, único nome que hoje parece capaz de unir as duas legendas, afirmou que ainda não é candidato. Após um encontro com o governador Aécio Neves (PSDB), ele ressaltou que só tomará uma decisão na segunda quinzena de março, depois que tiver feito seus exames para saber se está curado do câncer contra o qual luta há anos. “Antes disso não tomo decisão nenhuma”, declarou. O vice-presidente ainda fez questão de deixar claro que sua preferência é por um cargo legislativo.
Alencar esteve em Belo Horizonte para receber uma homenagem da Câmara dos Vereadores e o título de “militante honorário” do diretório mineiro do PT. Segundo ele, a visita ao governador Aécio Neves foi de “cortesia” e não para discutir política.
A possível candidatura do vice-presidente vem ganhando aliados à medida em que crescem as dificuldades para acomodar os interesses de pelo menos três aliados do governo Lula: os ministros Hélio Costa e Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. O PT de Minas quer ter sua candidatura própria para disputar o governo do Estado contra o candidato de Aécio, o vice-governador Antônio Augusto Anastasia. Mas não consegue colocar em acordo seus dois pré-candidatos, Patrus e Pimentel. O PMDB, por outro lado, cobra a cabeça de chapa já que o ministro Hélio Costa é quem aparece em melhores condições nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Hélio Costa e Patrus Ananias já deram declarações sobre abrir mão da candidatura caso Alencar decida-se por ser candidato ao governo de Minas. Pimentel também já deu sinais de que está aberto às negociações. Com Alencar candidato ao governo, Hélio Costa poderia disputar o Senado com apoio da base aliada. A disputar ficaria entre os petistas para decidir quem ficaria com o cargo de vice, Patrus ou Pimentel.
Para Alencar, a lembrança do seu nome é um gesto de “generosidade” para com sua luta contra o câncer. Ele disse que tem pedido a Deus para que não permita que “a manifestação de apoio lhe suba à cabeça”.