Representando a candidata petista Dilma Rousseff no evento de entrega das propostas da União Geral dos Trabalhadores (UGT) para os presidenciáveis, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB) aproveitou para defender o novo Código Florestal, do qual foi relator da proposta na Câmara. Sem mencionar diretamente o nome de Guilherme Leal, vice da candidata do PV à Presidência, Marina Silva, Rebelo defendeu a necessidade de uma regulamentação integrada para o setor. “De desmatamento ilegal parece que não escapa ninguém”, disse o deputado, ao se referir ao suposto desmatamento irregular em área do empresário na Bahia. “Não dá nem para formar uma chapa”, cutucou.
Segundo o deputado, o excesso de artigos regulamentando o setor torna impossível conhecer todas as regras vigentes. “Por mais bem informado que seja, é difícil conhecer tudo”, afirmou. Aldo negou cunho político-eleitoral na fiscalização da propriedade de Leal e disse acreditar na versão do vice de Marina de que a propriedade tem sua documentação regularizada. “Acredito na boa-fé dele e de outros milhões de agricultores nesta situação”, afirmou.
Estelionato ambiental
Marina, que participou do evento, mas não encontrou o deputado, não gostou dos comentários e chamou o projeto do Código Florestal de “estelionato ambiental”. “O deputado não pode querer usar isso como justificativa para o estelionato ambiental que estão tentando promover com a mudança do Código Florestal”, rebateu.
A candidata disse que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pela fiscalização do desmatamento no País, está em seu “papel de vistoriar”, mas lembrou que seu vice e seu partido são contra a proposta que tramita na Câmara. “Temos a obrigação de colocar (essa questão) com clareza, com transparência e com tranquilidade e não permitir esse tipo de coisa. Se alguém tentou usar isso para imaginar que eu e o Guilherme íamos ficar a favor dessa reforma em função desse tipo de discurso, é um ledo engano”, afirmou. “Esse é um valor para nós, um valor que é vivido na prática.”