O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) afirmou que o embate travado na noite de sexta-feira, 1º, no Senado foi o “da nova contra a velha política”. “50 senadores votaram para abrir (voto) ao povo brasileiro quem eles querem que os represente no Senado”, disse a jornalistas.
Por falta de acordo diante do impasse criado no Senado sobre uma votação aberta ou secreta para a eleição, Alcolumbre, na presidência da Casa, decidiu adiar para as 11h deste sábado o pleito interno. Ele consultou o plenário sobre uma proposta feita por líderes de diferentes partidos: suspender a atual sessão, travada há mais de 5 horas, e retomar amanhã. Marcada por tumultos, discussões e xingamentos, a sessão se arrastava sem que houvesse um entendimento entre os defensores do voto aberto (os novatos majoritariamente) e os do voto secreto.
“Tenho certeza que quem sentar na cadeira de presidente amanhã não terá coragem de ir contra 50 senadores”, completou. “Espero que senador José Maranhão assuma amanhã e cumpra seu papel”, afirmou. Senador mais antigo, José Maranhão (MDB-PB) assumirá o controle da Comissão Diretora amanhã para proceder à eleição.
Pré-candidato a presidente do Senado, Alcolumbre colocou em votação uma questão de ordem, aprovada por 50 votos favoráveis contra 2 contrários, que determinava a votação nominal. Foi o estopim para os protestos, principalmente, de senadores mais experientes e dos aliados de Renan Calheiros (MDB-AL), que tentará disputar a eleição contra os interesses do governo Jair Bolsonaro. Ele entende que, às claras, será prejudicado por causa de pressões do Planalto sobre os senadores.