O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse hoje, em São José do Rio Preto, que as viagens que está fazendo pelo interior do Estado para pedir votos para a campanha presidencial de José Serra tem finalidade de conquistar votos do eleitorado da presidenciável derrotada Marina Silva (PV).

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Ele disse ter conversado com Marina e outros líderes do PV após as eleições. Segundo o tucano, as articulações entre PSDB e PV “foram boas” e o eleitorado de Marina teria mais afinidade com os tucanos, por isso, seriam grandes as chances do PV apoiar a candidatura de Serra.

“A campanha de Serra está indo muito bem, mas é uma nova eleição. O tempo de TV será igual e a Marina teve 20% dos votos. Para quem vai votar esse eleitor no segundo turno? Acho que ele tem uma afinidade maior conosco”, disse Alckmin. “A conversa do PSDB com o PV foi boa, mas precisamos esperar porque o PV é outro partido e tem o seu tempo”, completou.

Alckmin disse ter conversado após as eleições com Marina, com Fábio Feldmann, que foi candidato ao governo paulista pelo PV, e com o presidente estadual do partido, Maurício Brussadin. De acordo com governador eleito, a conversa ocorreu quando ele cumprimentou Marina pelo desempenho na campanha, mas ele não quis dizer qual foi o teor da conversa.

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Aborto

Alckmin disse que o PSDB não vai propor qualquer discussão nacional sobre o aborto, deixando claro que o partido está satisfeito como a questão é encarada pelo Estado b Brasileiro. Depois de afirmar que o PT apresentou a possibilidade de descriminalização do aborto no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNH-3), Alckmin disse que o PSDB já se manifestou contra o procedimento e vai apenas cumprir a legislação que está em vigor.

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“O PSDB é contra a descriminalização do aborto. A lei brasileira já apresenta os dois casos de exceção, que ocorrem quando há risco de vida para a mãe e casos de estupro”, disse.

Educação

Alckmin afirmou que o seu governo vai fazer mudanças no sistema de progressão continuada da educação. Segundo ele, as avaliações dos estudantes agora serão feitas a cada três anos, sendo que os ciclos terão três anos cada um. Alckmin lembrou que a nova Lei de Diretrizes Básicas da Educação aumentou de oito para nove anos e que atualmente as avaliações são feitas a quatro anos.

“Ao invés de termos dos ciclos de quatro anos vamos ter três ciclos de três anos, com avaliação com nota a cada três anos”, disse. “Mas a ideia não é ficar reprovando aluno por repetência, porque o Brasil é o país que tem a maior evasão escolar do Mercosul”, completou. Alckmin também destacou que, no seu governo, as avaliações sem nota, assim como as aulas de reforço escolar, serão feitas permanentemente, mas as avaliações com notas, somente ao fim de cada ciclo de três anos.

Pedágios

Alckmin também repetiu que vai rever os modelos de pedágios instalados no Estado. Depois de lembrar que o modelo de concessão em São Paulo foi responsável por grandes investimentos no setor de transportes, o governador eleito disse que vai rever os 18 contratos existentes.

“Vamos rever o equilíbrio econômico-financeiro dos 18 contratos. O que for favorável ao Estado, for favorável ao governo vai permanecer. Vamos analisar caso a caso e os que não forem favoráveis vamos exigir mais obras ou reduzir tarifas ou reduzir reajustes”, disse. De acordo com Alckmin, nos casos em que os pedágios estão localizados entre bairros, haverá redução de tarifas porque o usuário não pode pagar tarifa cheia, como ocorre hoje.