O senador Marco Maciel (PFL) afirmou ontem em Curitiba que a candidatura de Geraldo Alckmin, cujo vice José Jorge é do partido do senador, deve "engrenar" depois da Copa. "Ao contrário do que diz a propaganda da cerveja, a Copa sim é a paixão nacional. Mas será bom porque haverá tempo para elaborar o programa de governo", disse Maciel, sugerindo que com programa de governo pronto, a candidatura de Alckmin se consolidará.
De acordo com Maciel, o PFL já entregou ao PSDB um plano de propostas de governo, que deverá ser avaliado pelos tucanos. Maciel disse que o mesmo foi feito quando a candidatura de Fernando Henrique Cardoso à presidência foi vitoriosa.
O senador também comentou sobre a dificuldade de se enfrentar o presidente Lula na reeleição, especialmente no nordeste, onde o índice de aprovação do presidente é grande: "Será difícil, mas há brechas. Não sou pessimista. Acho que o partido dará uma boa colaboração à candidatura, de modo especial no nordeste. Lá a aprovação de Lula é alta por conta do Bolsa Família, que é uma versão ampliada e piorada do bolsa-escola", afirmou. O senador também disse que a profusão de inaugurações que a presidência tem patrocinado está colaborando para a exposição exagerada de Lula.
Maciel também procurou minimizar o imbróglio vivido entre o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL) e o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), que, em entrevista, chamou ACM de "senhor de engenho". "É importante lembrar que foi o senador Antônio Carlos que primeiro chamou o governador paulista de debilóide", disse Maciel. Em entrevista, Lembo se classificou como membro da "ala Marco Maciel" (em oposição a uma "ala ACM") dentro do PFL. Maciel refutou qualquer possibilidade de racha entre os pefelistas. "O partido está bem. O estilo é o homem. E, como todos sabem, o estilo do senador ACM é este: assertivo".
Maciel esteve em Curitiba para proferir uma palestra na abertura do Congresso Internacional comemorativo aos 10 anos da lei e da Câmara de Mediação e Arbitragem da Associação Comercial do Paraná (Arbitac), em que defendeu a arbitragem como forma de desobstruir e tornar a Justiça mais célere no Brasil. Maciel é o autor da Lei 9.307/96, que instituiu a mediação e a arbitragem no País.