O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu hoje que o ex-governador do Estado José Serra seja contemplado com um posto na estrutura partidária do PSDB. Na avaliação dele, o seu antecessor no comando do Palácio dos Bandeirantes precisa de um espaço na sigla para exercer a sua liderança e contribuir com a política brasileira. “É importante a participação do Serra (na estrutura do PSDB), porque ele foi o nosso último candidato a presidente, teve mais de 40 milhões de votos e não tem hoje mandato eletivo”, destacou o governador, após participar do BIOSforum, evento promovido na capital paulista.
O governador voltou a defender que o cargo a ser ocupado pelo seu correligionário seja o de presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), posto que tem sido alvo de disputa entre os tucanos. “A primeira alternativa, que acho positiva, é a do ITV, que é um instituto de estudos”, afirmou o governador, ponderando que a sigla tem até o próximo sábado, data da Convenção Nacional do PSDB, para chegar a um acordo. O governador de São Paulo não detalhou, contudo, qual seria a segunda alternativa para o seu antecessor. Nos bastidores, aliados de Alckmin dizem que ele considera como uma segunda hipótese, para acomodar o correligionário, a criação de um Conselho Político do PSDB, proposta reavivada nos últimos dias por lideranças tucanas.
A alternativa foi citada hoje pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que defendeu que a instância partidária, sem funções administrativas, seja criada em um formato enxuto, com no máximo seis integrantes. De acordo com o governador, que participou também do BIOSforum, ela seria composta pelo presidente nacional da legenda, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pelos ex-candidatos à sucessão presidencial Geraldo Alckmin e José Serra e por representantes dos governadores da sigla e da bancada do PSDB no Congresso Nacional. Os tucanos têm cogitado que, caso a instância seja criada, o ex-governador de São Paulo ocupe um posto semelhante a de um secretário-geral, na organização da estrutura que discutiria a atuação nacional da legenda.
A disputa pelo comando do ITV criou um novo impasse na legenda, que já enfrentava uma cizânia em torno da composição da Executiva Nacional do PSDB. A bancada do partido no Senado Federal convidou formalmente o ex-senador Tasso Jereissati para dirigir o instituto, o que não agradou a aliados de José Serra. Desde a derrota do ex-governador nas eleições presidenciais de 2010, seus correligionários têm defendido a sua indicação para o ITV. O imbróglio se somou à disputa pela secretaria-geral do partido, posto para o qual o governador de São Paulo já defendeu o nome de Alberto Goldman. Os aliados de José Serra têm defendido o nome do tucano como forma de equilibrar as forças na instância partidária.
A avaliação deles é de que o atual presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, que deverá ser reconduzido ao cargo, seria mais próximo de tucanos ligados ao senador mineiro Aécio Neves. Outro nome cotado para o posto é o do atual secretário-geral, deputado federal Rodrigo de Castro (MG), que teria o aval do senador mineiro.