O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) saiu em defesa da realização de uma reforma política no País. Embora negue qualquer possibilidade de deixar o PSDB, o tucano afirmou que o Brasil possui hoje um dos piores sistemas partidários do mundo, o que impede qualquer um de estar feliz na política.

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“Ninguém está feliz na política, nem no PSDB”, afirmou o tucano, reiterando que “sem uma reforma política, as crises não acabam”. “Com 35 partidos, todos estão divididos, o eleitor não sabe em quem votar”, emendou. Ao negar uma possível saída do PSDB, Alckmin rebateu: “Sou a sétima assinatura da carta de fundação”.

As declarações de Alckmin foram dadas em resposta a uma pergunta sobre a notícia de que teria declarado nesta semana que não está satisfeito no PSDB, em evento ocorrido em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. “Me perguntam se estou feliz no partido. Não estou e quem disser que está está mentindo. Não estou satisfeito no PSDB, já que o sistema brasileiro não permite que qualquer pessoa esteja feliz com qualquer partido”, disse Alckmin na ocasião, segundo noticiou o portal UOL.

Improbidade

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Alckmin também falou da ação civil de improbidade administrativa ajuizada pelo promotor de Justiça Marcelo Milani, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que pede o bloqueio de até R$ 5,4 bilhões dele e de outros 28 investigados. O processo envolve a licitação dos trechos Sul e Leste do Rodoanel.

De acordo com o promotor, o contrato é “inexequível”, pois traz uma “proposta (de cobrança de pedágio) bem inferior ao teto previsto no edital”. O MP-SP destaca os valores das taxas básicas de pedágio cobrados pelo consórcio vencedor, “consistente no valor de R$ 2,19, para o Trecho Sul e de R$ 1,64 para o Trecho Leste”. No edital, a cobrança máxima estipulada é de R$ 6,00 e R$ 4,50, respectivamente.

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Segundo Alckmin, a licitação havia sido feita pelo também ex-governador do Estado Alberto Goldman (PSDB). Alckmin diz que a SPMar foi vencedora da licitação com uma proposta 60% abaixo do teto, mas conseguiu entregar a obra, que “está pronta e operando”.

Em comparação, o segundo lugar na licitação ofereceu contrato 12% abaixo do teto. Hoje a SPMar está em recuperação judicial, o que, segundo Alckmin, é um “problema particular” da empresa. Ele justifica a oferta competitiva, pois “o grupo que na época ganhou o contrato queria entrar nas concessões”, e diz que “o Estado não gastou um centavo” com a execução da obra. Em nota, a defesa de Alckmin disse que “é inusitado, para dizer o menos, que o administrador público seja processado pela escolha menos onerosa para a sociedade.”