Alckmin nega que PSDB tenha fugido de debates

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, refutou hoje que o seu partido tem fugido aos debates no âmbito estadual, como mencionou o presidente estadual do PT, Edinho Silva. “Isso não tem pé nem cabeça. Quem não tem ido a sabatinas, em encontros políticos não é o PSDB, é exatamente o PT”, disse Alckmin, após uma caminhada por três quarteirões do centro de Rio Claro (SP), que durou cerca de 40 minutos, cumprimentando populares e lojistas. O tucano aproveitou e estendeu o assunto de “fuga do debate” para a esfera nacional, elogiando o companheiro de partido, o candidato a presidente José Serra, e deixando implícito, sem citar o nome da adversária Dilma Rousseff (PT), que é a petista que está se esquivando do debate.

“Acho que o Serra está fazendo campanha de alto nível, abordando os temas de interesse da população, falando objetivamente da sua proposta, do futuro, economia, educação, emprego, renda, saúde, segurança e tem detalhado as suas propostas”, comentou o tucano. Questionado, em seguida, se Dilma, então, estaria fugindo do debate, Alckmin foi lacônico: “É possível.” Alckmin fez campanha ao lado dos candidatos ao Senado por sua coligação, Aloysio Nunes (PSDB) e Orestes Quércia (PMDB), além do presidente estadual do PSDB, Mendes Thame.

Nunes e Thame também comentaram a declaração de Edinho Silva sobre a questão dos debates. Nunes também deixou a entender que Dilma é quem está fugindo da discussão de temas de campanha, sem citar o nome da petista. “Estamos presentes, não houve nenhuma recusa de debate, pelo contrário, nossos candidatos estão se expondo e dando entrevistas diariamente, falando de suas propostas, participando de sabatinas”, disse o candidato ao Senado.

“Quem está se escondendo do debate, pelo contrário, é a candidata do governo à presidência (Dilma)”, emendou ele. Ao ser indagado se Dilma estaria fugindo mesmo, Nunes continuou: “Ela está evitando, mas chega uma hora que os candidatos terão que se expor e dizer quem são, o que pensam, e isso vai acontecer.” Nunes acrescentou que PSDB ganhou as eleições e que continua no governo estadual porque seus candidatos obtiveram aprovação popular. “Ninguém nos deu o governo de presente, foram governos conquistados na democracia, pelo voto popular, com base em boas avaliações de governo e candidatos valorosos”, disse ele.

Thame tinha reagido a uma declaração do candidato do PT ao governo paulista, Aloizio Mercadante, que afirmou que o PSDB teve uma “oligarquia” em 16 anos no poder. Isso gerou resposta de Edinho Silva, que agora recebeu outro contra-ataque. “Estamos absolutamente à disposição do debate, queremos o debate e consideramos que essa época, das campanhas presidenciáveis, é o melhor momento para aumentar a conscientização política da população”, disse o presidente estadual do PSDB. “Só que, para aumentar a conscientização, é preciso oferecer ao povo, ao eleitorado, o contraditório, e o contraditório só é oferecido se houver o debate”, continuou Thame. “Portanto, somos os primeiros a defender o debate entre as diferentes posições dos candidatos.”

Alckmin, que também visitou, durante 15 minutos, o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do governo paulista, que atende 13 municípios da região, também fez um breve comentário sobre a investigação da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo sobre o adversário Mercadante, que estaria usando funcionários do Senado em sua campanha ao governo. “Cabe à Justiça Eleitoral concluir a investigação e definir os procedimentos”, enfatizou o tucano, sem levar o assunto adiante. Nunes fez o mesmo: “É uma questão que está sendo dita pela Procuradoria, e não tenho como prejulgá-lo (Mercadante).”

Propostas

Alckmin ainda destacou que Rio Claro é um polo regional de educação, que a Escola Técnica Estadual (Etec) local foi a primeira colocada no Estado e que a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) tem um novo câmpus (obra iniciada por ele e encerrada por Serra), e que o antigo prédio será destinado a uma futura Faculdade de Tecnologia (Fatec), caso seja eleito. E avisou que pretende construir mais AMEs no Estado. “Vamos ampliar o número de AMEs porque a gente estará ajudando a rede básica e evitando muita internação”, destacou o tucano.

O candidato do PSDB voltou a citar a segurança no Estado e as construções de novos Centros de Detenções Provisórias (CDPs), além de centros que atendem os egressos dos presídios. “Nossa meta é não ter preso em cadeia. Ainda existem no Estado 8 mil, e vamos zerar, e com isso teremos ganho na investigação, pois a Polícia Civil deixará de tomar conta de preso para desempenhar o seu papel de polícia investigativa e judiciária”, informou Alckmin. Sobre os centros para egressos, disse que irá ampliar o número. “Temos que apoiá-lo (o egresso) ainda mais para que ele possa ser reinserido no mercado de trabalho e no convívio da sociedade”, explicou o tucano, gabando-se que a sua administração foi a que mais investiu em administração penitenciária. “Criei 43 mil vagas no sistema penitenciário”, disse ele.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna