O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afastou na noite de hoje (15) especulações a respeito de interesses políticos na aproximação entre ele e a presidente Dilma Rousseff. Segundo o governador, o diálogo com o governo federal é de interesse do Brasil, tendo em vista as parcerias para a finalização de obras importantes tanto para São Paulo quanto para outros Estados.
“Grandes projetos não são só de São Paulo. A hidrovia Tietê-Paraná, por exemplo. São Paulo veio sozinho investindo, mas ela serve também ao Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Ela tem caráter nacional”, afirmou, em evento, na capital paulista.
Parlamentares tucanos e pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo, presentes ao mesmo evento, disseram ver com normalidade esta aproximação entre Dilma e Alckmin. Para eles, Dilma adota uma postura que deveria ser seguida por todos os presidentes. E é aí, na avaliação deles, que está uma diferença dela em comparação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira, disse que diferentemente de Lula, Dilma buscou o diálogo com os Estados governados por tucanos. “Lula fez política pela ruptura, acredita que o Brasil só começou quando ele virou presidente e que agora está tudo congelado esperando ele voltar.” O parlamentar afirmou ainda que a bancada do partido na Casa também vê como positiva essa aproximação.
Já o secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo, afirmou que o saldo positivo da sincronia entre Dilma e Alckmin está na “convergência administrativa”. “O que existe é um diálogo normal e saudável do governador do Estado e da presidente da República. Isso não descaracteriza o fato de o PSDB ser oposição e Dilma, situação”, disse.
Os políticos tucanos estiveram na noite de hoje em uma livraria da região central da capital paulista para o lançamento do livro “A Ousadia que deu Certo”, do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que é pré-candidato à sucessão do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assim como Matarazzo. Para Tripoli, não há interesse político no diálogo aberto entre a presidente e o governador. “É apenas uma questão de gestão”, disse. “Dilma e Alckmin são adversários, cada um em 2012 vai defender o seu partido. E, depois que a eleição passar, temos que entrar novamente num processo de gestão”, concluiu.