Foto: Renato Weil/Estado de Minas |
Alckmin pediu pessoalmente ao PPS que adiantasse a organização do comitê no Estado, que será misto. continua após a publicidade |
Enquanto os tucanos paranaenses brigam na Justiça por causa da aliança com o PMDB, a coordenação de campanha do candidato a presidente da República pelo partido, Geraldo Alckmin, trata da organização do seu comitê no Paraná. A coordenação regional da campanha de Alckmin vai ser dividida entre todos os partidos que o apóiam no estado.
Ontem, o PPS indicou o seu secretário-geral, Rubico Camargo, para compor o comitê de campanha de Alckmin, enquanto o PFL será representado pelo ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, atual presidente da Federação Nacional de Seguradoras (Fenaseg). A direção estadual do PSDB informa que não abre mão do comando geral da campanha presidencial, que ficará com o prefeito de Curitiba, Beto Richa.
O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, disse que a condução da campanha é do partido e que os aliados irão se incorporar à campanha. A assessoria do prefeito de Curitiba informou que ele ainda não foi indicado oficialmente para coordenar a campanha, mas que, na prática, Beto já está trabalhando informalmente na função.
O candidato do PPS ao governo, Rubens Bueno, disse que ouviu diretamente de Alckmin, quando esteve em São Paulo na semana passada, o pedido para que fosse constituída uma coordenação mista entre os partidos alinhados à sua candidatura no Paraná. Segundo Bueno, o candidato tucano à sucessão presidencial pediu a ele algumas sugestões de nomes que pudessem coordenar sua campanha. Ontem, o PPS e o PFL se reuniram e indicaram seus representantes.
O PPS aproveitou a deixa de Alckmin para criticar a aliança tucano-peemedebista no Estado. Rubico Camargo afirmou que o palanque de Bueno é o mais coerente para a campanha de Alckmin. "O PPS nacional está apoiando Alckmin e o presidente do partido, Roberto Freire, é um dos coordenadores políticos da campanha do ex-governador paulista. Por isso, não faz sentido que, no Paraná, ele esteja acompanhado de pessoas que já anunciaram que não o apóiam. Alckmin não precisa dessa aliança de conveniência", atacou.
Fogo cruzado
No fronte jurídico, a ala tucana contrária à aliança com o PMDB aguarda o julgamento da ação de impugnação impetrada no sábado passado, 15, assinada por Rossoni e os deputados federais Luiz Carlos Hauly e Gustavo Fruet, para anular o acordo aprovado na convenção realizada no final de junho. Rossoni reconhece que o conflito vai longe e que um julgamento no Tribunal Regional Eleitoral não terá um desfecho antes do final do mês. Mas considera que o atraso na campanha eleitoral devido ao impasse jurídico é menos prejudicial ao partido que a coligação com o PMDB. "A demora penaliza muito mais o PMDB, que está com a sua campanha travada. E que por isso mesmo deveria desistir dessa aliança", provocou o presidente estadual do PSDB.
A assessoria jurídica do grupo pró-aliança vai apresentar sua defesa na ação de impugnação até o final da semana. Conforme a advogada Carmem Fulgêncio, os três deputados não poderiam entrar com uma ação em nome do diretório, sem que tivessem consultado antes seus integrantes. Apesar de pertencerem à executiva, Fruet, Rossoni e Hauly não podem falar por todo o diretório, argumentou a advogada.
Ela citou ainda que Rossoni está desrespeitando os prazos eleitorais no que se refere à anulação da aliança. A advogada alegou que o presidente do diretório estadual convocou, participou da convenção e proclamou seu resultado. E que qualquer iniciativa para alterar esse resultado somente seria permitida até o dia 30 de junho, quando terminou o prazo para os partidos realizarem a convenção.
Tucano recorre a FHC e a Garotinho
São Paulo (AE) – O PSDB está preocupado em fortalecer a candidatura de Geraldo Alckmin no Rio de Janeiro. Entre os principais colégios eleitorais do País, é no estado que o tucano apresenta os mais fracos índices nas pesquisas, segundo levantamentos do próprio partido. Para isso, a coordenação da campanha começa, a partir de hoje, a incrementar a agenda em território fluminense.
Alckmin deve desembarcar hoje à tarde no Rio para uma reunião sobre programa de governo, além de outro encontro para afinar a campanha local. Depois, volta ao estado ainda esta semana, na sexta-feira, para outras atividades. Além do acréscimo das visitas ao estado, o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entrou em campo para colaborar com o fortalecimento do nome de Alckmin no Rio.
O ex-presidente, segundo relataram integrantes da coordenação de campanha de Alckmin, telefonou recentemente para a governadora Rosinha Garotinho (PMDB) numa tentativa de aproximar o casal – ela e o ex-governador Anthony Garotinho – do presidenciável tucano. "O Fernando Henrique aproveitou uma conversa com a governadora para fazer uma aproximação", confirmou um integrante da cúpula do PSDB com livre acesso a Alckmin e FHC. "Não podemos fechar as portas", acrescentou outro tucano.
No Rio, o PSDB tem como candidato ao governo o deputado Eduardo Paes, que amarga baixos índices nas pesquisas. Os tucanos, porém, também investem no palanque de Denise Frossard (PPS) – que apresenta mais chances que Paes – e, sobretudo, não querem fechar canal com o PMDB de Rosinha e Sérgio Cabral, líder nas pesquisas para o governo fluminense.
Nas agendas no Rio, Alckmin não deve explorar apenas a capital. O tucano deve concentrar esforços na baixada fluminense, como em Duque de Caxias, e também no Grande Rio, como São Gonçalo. "No Rio as pesquisas do partido apontam que o Alckmin tem cerca de 20% (das intenções de voto). É pouco pois até no Maranhão ele já conseguiu mais de 30%", reconhece um dos coordenadores da campanha do ex-governador paulista, alertando sobre a necessidade de intensificar a agenda no estado.