O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), lamentou hoje o desligamento, anunciado ontem, de cinco vereadores do partido em São Paulo e ressaltou que a decisão de deixar uma legenda é de “foro íntimo”. Após evento no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin disse que cabe ao comando da sigla deliberar se reivindicará na Justiça Eleitoral o cargo dos vereadores.

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Ele fez ainda uma observação quando perguntado se o movimento dos parlamentares tem origem nas eleições de 2008, quando a maior parte da bancada da agremiação evitou apoiar a candidatura dele a prefeito da capital paulista. “As pessoas nunca falam os reais motivos por que fazem essas mudanças”. Alckmin considerou “natural” a ocorrência de disputas internas dentro de um partido, mas afirmou que o voto da maioria deve ser respeitado.

“A democracia começa em casa. A maioria tem de ser respeitada, as bases têm de ser respeitadas. As bases do partido falaram e constituiu-se uma maioria. Assim, faz-se democracia”, acrescentou. O governador de São Paulo respondeu ainda a críticas de vereadores que ontem disseram que ele perdeu o controle sobre a direção municipal da legenda. “Quem deve dirigir o partido é o partido. Não sou eu, são as bases do partido que se manifestam”, disse. “Eu quero desejar que eles sejam felizes e vamos em frente”.

O anúncio da saída dos parlamentares, que reduziu de 13 para 8 vereadores a bancada do PSDB na Câmara Municipal, é o estopim de um conflito que se estende desde março, quando teve início o processo de escolha da nova direção municipal da sigla. O comando da legenda, posto considerado estratégico para a disputa de 2012, foi alvo de impasse entre os vereadores e o governo estadual, que tinham o interesse em indicar o sucessor de José Henrique Reis Lobo. Em abril, os dois lados chegaram a um acordo e lançaram uma chapa única para a disputa.

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Convenção

Com a escolha do Secretário Estadual da Gestão Pública, Julio Semeghini, como novo presidente municipal, nome eleito em convenção municipal, teve início um novo imbróglio para a definição de cargos na Executiva Municipal do PSDB. Os vereadores acusaram a nova direção de ter lhes tratado como figuras secundárias na composição da instância partidária. O novo embate, que perdurou por duas semanas, terminou com a saída de cinco vereadores.

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Para evitar um desmonte da bancada do PSDB, o governador entrou ontem em campo e conseguiu fazer com que os vereadores Adolfo Quintas e Souza Santos aguardem mais um pouco antes de anunciarem a sua saída da sigla. As negociações ainda ocorrem nos bastidores e devem ter um desfecho, de acordo com tucanos, na semana que vem.