politica

Alckmin: Fazenda deve abrir audiência pública para discutir ratings de Estados

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira, 25, que discutiu com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a questão do rating (classificação de risco) de São Paulo. O governador pleiteou uma rediscussão do rating do Estado que, conforme o boletim de Finanças Públicas dos Entes Nacionais, possui classificação C-.

“Nós temos por todas as agências privadas, a Standard & Poor’s (S&P), a Moody’s, o próprio BNDES, rating B”, disse Alckmin, acrescentando que para o governo a classificação do Estado é C-. “Então, vai ser feita uma audiência pública e uma rediscussão dos ratings. Não só de São Paulo, mas eles vão abrir, o Ministério da Fazenda deve abrir uma audiência pública para rediscutir os ratings de maneira mais ampla. Isso deve acontecer agora em dezembro ou em janeiro”, afirmou Alckmin.

De acordo com o governador, essa audiência pública pode ser convocada em dezembro e a discussão pode ser feita a partir de janeiro. Alckmin afirma que São Paulo está rigorosamente em dia com o pagamento de pessoal, fornecedores e financiamentos, mas não tem rating suficiente, no ponto de vista do governo federal, para pegar novos empréstimos, em função da classificação C-.

Nesta quinta-feira, 24, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a contratação de novas operações de crédito por Estados, em um montante total de R$ 7 bilhões. No entanto, apenas os Estados com classificação A e B poderão ter acesso aos recursos – o que não é o caso de São Paulo.

Alckmin espera, com a rediscussão do rating e a possível melhora do rating de São Paulo, justamente ter possibilidade de fechar novos empréstimos para o Estado. “Defendo os novos empréstimos porque o que pode hoje ajudar a segurar o emprego é a infraestrutura, a construção civil. Uma obra hoje em São Paulo, no metrô, tem 5.600 empregos diretos registrados. Fora os empregos indiretos. Defendo investimento em infraestrutura, saneamento básico, logística, construção civil. É importante para segurar emprego”, disse o governador.

Na reunião que teve na manhã desta sexta com Meirelles, Alckmin afirmou ainda ter transmitido ao ministro “total apoio às reformas” que, segundo ele, “são importantes para o País sair da espiral recessiva”.

No encontro, eles conversaram ainda sobre obras específicas no Estado de São Paulo, como as do Rodoanel e do metrô. “Nós já temos financiamento, mas precisamos de alterações só de escopo, que é parte de financiamento na Linha 5 (do metrô), poder utilizar na linha 4, enfim, não altera o valor original do contrato”, disse Alckmin. “Foi uma boa conversa.”

Geddel

Alckmin afirmou que as denúncias envolvendo o Ministro da Secretaria Geral de Governo, Geddel Vieira Lima, são “tema da área federal” e evitou comentar o assunto. “O governo vai encaminhar corretamente, cabe ao governo avaliar”, disse Alckmin, na saída do Ministério da Fazenda, após reunião com o ministro Henrique Meirelles.

Questionado sobre como fica a situação do governo, caso sejam divulgadas gravações envolvendo o presidente Michel Temer na suposta pressão, sobre o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, para liberação de um empreendimento imobiliário de interesse de Geddel na Bahia, Alckmin foi conciso: “A gente não deve comentar especulação”.

As declarações de Alckmin foram dadas antes de o Planalto, perto das 11h, confirmar que Geddel havia entregado carta de demissão ao presidente Michel Temer.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo