O candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, afirmou que, se eleito, pretende modificar os impostos empresariais e tributar os dividendos. Citando outras reformas importantes que pretende adotar, como a da previdência, política e tributária (unificação de impostos), Alckmin disse que pretende cortar os impostos corporativos entre 10% e 15%. A medida, segundo ele, seria uma forma de incentivar os investimentos de empresas no Brasil.

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O candidato explicou que, hoje, o imposto corporativo no Brasil está em torno de 35%. “Os Estados Unidos reduziram para 20%. Hoje, você tributa o imposto corporativo e o lucro líquido, mas não o dividendo. Com isso, o cara não investe e tira o dividendo”, disse Alckmin, durante sabatina, nesta terça-feira, promovida pelo UOL, “Folha de S. Paulo” e SBT.

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O candidato não detalhou como seria a tributação dos dividendos, mas pontuou que o corte no tributo corporativo poderia ser entre 10% e 15%. “Queremos trazer mais empresas para o Brasil e que as empresas que estão aqui reinvistam”, disse.

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Ainda sobre as pautas econômicas, Alckmin reiterou sua proposta de atrelar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) à TLP (com correção monetária mais juros) e evitar que o dinheiro do brasileiro seja corroído. Além disso, afirmou que o trabalhador brasileiro vai poder escolher onde quer aplicar 50% do FGTS, seja em ações ou outro tipo de investimento. “Só não vai poder retirar o dinheiro”, explicou.

Bancos e juros

Alckmin foi questionado sobre quais medidas pretende adotar para reduzir os juros altos aos consumidores no Brasil. Ele defendeu, entre outros pontos, a ampliação da concorrência entre os bancos no País. “Primeiro decreto que vou fazer é acabar com essa história de que presidente tem de autorizar banco estrangeiro no País. Hoje, para o banco estrangeiro entrar no País ele tem de ter decreto presidencial. Olha que barbaridade…”.

O candidato acrescentou que no Brasil há quatro grandes bancos, enquanto nos Estados Unidos, são mais de 4 mil.

Datafolha

Alckmin saiu em defesa do seu desempenho na última pesquisa Datafolha, divulgada na segunda-feira, 10. Segundo o candidato, “se você pegar as ultimas eleições, as grandes viradas aconteceram no final”. “Não tem definição de voto. Essas pesquisas vão mudar todas. Você acha que um candidato do PT vai ter 6%, 7%? Não existe isso”, afirmou, durante a sabatina.

Alckmin disse que, em relação a campanha federal, está tranquilo. “Estamos indo bem. Crescendo. A rejeição está caindo. A pesquisa registra esse momento”.

Conforme levantamento do DataFolha, a intenção de voto no candidato Jair Bolsonaro (PSL) oscilou de 22% em agosto para 24% nesta segunda-feira. Quatro candidatos estão tecnicamente empatados na segunda colocação, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. De agosto até hoje, Ciro Gomes (PDT) subiu de 10% para 13%. Marina Silva (Rede) caiu de 16% para 11%. Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou de 9% para 10%. Fernando Haddad cresceu de 4% para 9%.

Alckmin também discordou que o desempenho dos tucanos em São Paulo esteja ruim e ressaltou que o nome do PSDB, João Doria, está tecnicamente empatado com o MDB na corrida ao governo paulista.

Durante a sabatina, Alckmin foi questionado sobre se torce para Aécio Neves, que disputa uma vaga de deputado federal por Minas Gerais. Aécio, envolvido em investigações de corrupção, é um dos principais pontos fracos do partido. Alckmin desconversou: “torço para que haja justiça com ele”, disse.

PT e Temer

Na sabatina, o candidato do PSDB associou Marina Silva, Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT) e até Jair Bolsonaro, seus principais adversários na disputa, ao PT, sigla do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que teria sido responsável pela grave crise financeira e política que o Brasil atravessa.

“O desequilíbrio de contas públicas foi irresponsabilidade do PT e dos adoradores do Lula. Ciro, sempre aliado do PT, Marina, 25 anos no PT, Meirelles, que foi ministro do PT, e Haddad”, disse.

Após o ataque a Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG), Alckmin recuou temporariamente de sua estratégia de atacar o capitão da reserva. Segundo aliados, o foco seria retomar a desconstrução do PT, já que o ataque excessivo a Bolsonaro – que está internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo – poderia ser mal recebido pela população.

Na sabatina, entretanto, Alckmin retomou os ataques ao representante do PSL na disputa. “O candidato que está em primeiro, Bolsonaro, gostaria de reiterar a solidariedade à família dele”, disse.

Mas emendou em seguida: “primeiro, tenho total discordância das propostas dele”. “Sete mandatos sem projetos de interesse público. Os votos dele sempre foram juntinhos do PT. Votou contra o plano real, contra a quebra de monopólio do petróleo, contra quebra do monopólio de comunicações…”

Alckmin afirmou também que o fato de Bolsonaro perder para todos no segundo turno é “um passaporte para a volta do PT”. “Esse é um grande problema. Porque tudo que estamos vivendo hoje é resultado do período do PT”, disse.

O líder tucano voltou a fazer críticas ao governo de Michel Temer, que teria sua “total reprovação”. “Acho um horror o governo do Temer, mas quem escolheu foi o PT, responsável pelo desastre da Dilma, mas responsável pelo desastre do Temer”, cravou.

Alckmin, entretanto, foi confrontado sobre as alianças do seu partido com Temer, inclusive nos ministérios, mas defendeu que não se trata da escolha de ministros, mas a falta de voto e a “distância do governo Temer com o povo”.