Em um cenário de crise mundial, que já afeta a economia brasileira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pretende deixar de gastar R$ 2,7 bilhões em custeio até o final de sua gestão à frente do Palácio dos Bandeirantes. O corte de gastos com água, energia, telefonia, combustível, entre outros, tem como objetivo assegurar a capacidade de investimento do governo do Estado até 2014, ano em que o tucano deverá disputar a sua reeleição. Para 2012, ano de disputa municipal, a economia deve ser de R$ 900 milhões, o que representa 5% dos R$ 18 bilhões previstos para esses tipos de gastos no Orçamento do Estado aprovado pela Assembleia Legislativa para o próximo ano.
“A preocupação é de que a crise mundial afete os investimentos para 2012”, frisou um dos auxiliares diretos do governador de São Paulo, segundo o qual a economia de recursos irá afetar todas as secretarias estaduais.
Em reunião no último final de semana, o governador delegou a cada secretaria estadual a escolha de um assessor para acompanhar de perto a economia de gastos. O programa de cortes será coordenado pela Secretaria de Gestão Pública, que deverá produzir relatórios mensais sobre os avanços na redução dos custos da máquina pública. No início de abril, o governador de São Paulo já havia pedido ao seu secretariado que entregasse um cronograma de cortes em gastos de custeio para os quatro anos de sua gestão.
A meta inicial era economizar anualmente entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão para aplicar, em especial, no campo social, em uma tentativa de recuperar espaço em uma área considerada uma das principais vitrines eleitorais do PT em São Paulo.
O esforço do Palácio dos Bandeirantes em assegurar a capacidade de investimento não deve, contudo, impedir um novo ajuste fiscal para 2012. O governador de São Paulo ainda não definiu um montante, mas a expectativa é de que seja anunciado em janeiro um novo contingenciamento no orçamento aprovado para o próximo ano, de R$ 156,6 bilhões.
No início de 2011, período de aquecimento da economia brasileira, o Palácio dos Bandeirantes congelou R$ 1,5 bilhão de um orçamento de R$ 140,6 bilhões neste ano. A partir de maio, os recursos foram liberados de maneira gradual, sobretudo os voltados aos investimentos. “Os investimentos não devem ser muito afetados em um novo contingenciamento, apenas o custeio”, antecipou um dos membros do governo estadual.