Foto: João de Noronha/O Estado |
Alckmin durante passagem pela rua XV, no centro de Curitiba e em seu encontro com o presidente da Assembléia (no detalhe). continua após a publicidade |
O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), declarou ontem publicamente apoio ao candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB). O anúncio foi feito logo após visita que Alckmin fez a Brandão, na Assembléia. ?Alckmin foi o menos culpado no episódio da anulação da aliança com o PMDB. O partido foi mal conduzido pelo presidente, Tasso Jereissati?, disse Brandão.
Alckmin, por sua vez, agradeceu o apoio de Brandão e disse que foi uma grande demonstração de generosidade. O candidato do PSDB à presidência da República reforçou que foi à Assembléia especialmente para pedir a Brandão que estivesse junto com ele em sua campanha no Paraná. No encontro a portas fechadas, Alckmin e Brandão foram acompanhados pelo senador Alvaro Dias e pelo coordenador da campanha tucana à presidência no Paraná, Beto Richa.
O encontro com Brandão foi o último episódio da visita de Alckmin em Curitiba, cidade que visitou pela primeira vez desde o início da campanha eleitoral. Alckmin chegou por volta de meio-dia no Aeroporto Internacional Afonso Pena e se encaminhou para um almoço na sede social do Paraná Clube, onde conversou com prefeitos, candidatos a deputado, empresários e lideranças políticas do Estado.
Antes do almoço, ele deu entrevista coletiva na qual, em poucas palavras, disse que está bem representado no Paraná, apesar da dissolução da aliança do partido com o PMDB em âmbito estadual. ?Vou fazer uma campanha nacional. O quadro estadual é dos companheiros aqui do Paraná. Eles sabem como encaminhar bem a questão estadual. Nós temos um bom quadro no Paraná?, afirmou Alckmin.
Em seguida, ele participou de uma caminhada pela Boca Maldita, centro de Curitiba. O depois disso foi à Assembléia Legislativa encontrar-se com Hermas Brandão.
Em sua estada no Paraná, Alckmin desfiou algumas propostas que tem para o Brasil. Ele disse que um país jovem como o nosso precisa crescer para minimizar a desigualdade social e a pobreza. O candidato disse que é possível crescer pelo menos 5% ao ano. Ele aproveitou para criticar o governo federal, que teria adotado a fórmula errada para o crescimento do País. ?Precisamos crescer no mínimo 5% ao ano, de forma permanente e é possível fazer isto. Só que o governo adota o caminho errado. O governo atual aumenta gastos, aumenta impostos e corta investimento. Esta é a receita para não crescer. Nós vamos fazer o inverso?, comentou.
O candidato contou que vai investir no gerenciamento de recursos para controlar os ?maus gastos?. De acordo com ele, o País gasta muito e mal. ?Não é possível que um País com a carga tributária de quase 40% do PIB (Produto Interno Bruto) não invista. O investimento do governo federal é de 0,4%. É óbvio que este modelo está errado?, opina. ?Isto se torna um círculo vicioso. Além dos impostos muito altos, você só tem a taxa de juros como instrumento para segurar a inflação. Aí, a taxa de juros só aprecia a nossa moeda e o câmbio tira a competitividade de nossas empresas?, aponta Alckmin.
Sobre a geração de empregos, o candidato à presidência diz que isto não é obra do acaso e que o trabalho do governo é ajudar os empreendedores. Isto seria feito por meio de redução de impostos e melhora no gerenciamento dos recursos, além do apoio para as micros e pequenas empresas e para a agricultura, que é um dos setores que mais gera empregos no País.
Alckmin se revelou otimista durante a sua passagem por Curitiba. Ele acredita que a campanha começou definitivamente há três dias, quando teve início o horário eleitoral gratuito nas emissoras de televisão e rádio, atingindo a grande parte da população brasileira. ?Estou otimista. Acho que vamos levar a eleição para o 2.º turno e teremos um bom resultado. No 2.º turno, é uma outra eleição?, garantiu Alckmin, que informou que o Paraná é um dos locais onde ele mais obtém intenções de votos. Durante sua passagem por Curitiba, o candidato enfatizou que vai apostar na educação e na segurança pública. Prometeu que encaminhará as reformas política e tributária em janeiro, antes mesmo da abertura da Câmara Federal e do Senado.