Em reunião ontem pela manhã, em Brasília, o conselho político do candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, decidiu que o PMDB e a coligação formada em torno da candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo também terão lugar na coordenação da campanha do tucano no Paraná. Integrante do conselho político, o senador Alvaro Dias disse que a avaliação do comando nacional da campanha é que o palanque de Alckmin no Estado deve ser sustentado por todos os partidos que manifestaram apoio à sua candidatura.
No caso do PDT, o candidato à sucessão presidencial é o senador Cristovam Buarque, mas Alvaro observou que a aliança em torno da candidatura de Osmar Dias ao Palácio Iguaçu é formada por partidos como o PP e o PTB que, regionalmente, já se comprometeram com o apoio a Alckmin. No PMDB, também há o grupo que defende apoio a Alckmin e embora a aliança estadual ainda esteja sendo discutida judicialmente, o conselho político de Alckmin quer os aliados peemedebistas no seu palanque.
O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, disse que esse é o convite que faltava para selar a aliança no Paraná. O dirigente peemedebista disse que hoje, 20, irá se reunir com o comando da campanha do governador Roberto Requião para escolher o integrante da coordenação de Alckmin.
No PMDB, o grupo pró-Alckmin é liderado pelo presidente estadual do partido, Dobrandino da Silva, e a bancada estadual. Entre os quatorze deputados do PSDB, apenas Elza Correia não assinou o manifesto de apoio a Alckmin.
O vice-governador Orlando Pessuti, que também integra a ala pró-Alckmin, disse que se trata de um sinal claro do comando nacional tucano de que está dando uma trégua no esforço contra a aliança com o PMDB. "É um bom sinal de que a aliança vai prevalecer não apenas do ponto de vista jurídico, como também político", comentou o vice-governador. A abertura de espaço para o PMDB na coordenação de Alckmin no Paraná é vista por Pessuti como um convite para esquecer a resolução nacional anulando a aliança baixada pelo presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati.
Já o vice-presidente estadual do PMDB, deputado Nereu Moura, afirmou que a indicação de um nome para a campanha de Alckmin somente deverá ser feita pelo partido depois que acabar o impasse jurídico sobre a coligação, que depende de julgamento do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), onde o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e os deputados federais Luiz Carlos Hauly e Gustavo Fruet protocolaram ação de impugnação da aliança.
Moura acha que, embora não se tenha uma razão concreta para impedir a aliança, o PMDB deveria aguardar. "Acho que é importante termos um representante que pode ser o Dobrandino, o Alexandre Curi, que foram conversar sobre o apoio ao Alckmin em Brasília. Mas depois", comentou.
No comando
Alvaro defende que o grupo trabalhe sob a coordenação geral de um tucano. Ele acha que a função deve ser ocupada pelo prefeito de Curitiba, Beto Richa, que participou da inauguração do comitê de Alckmin, em Brasília. "Acho que a coordenação geral deve ficar com um nome do partido do candidato", justificou Alvaro.
O PPS e o PFL já definiram seus nomes na coordenação do tucano. Pelo PPS vai o secretário-geral do partido no Estado, Rubico Camargo. O PFL escolheu o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos.