Os sete vereadores de São Paulo descontentes com a direção do PSDB paulistano obtiveram juntos cerca de 228 mil votos em 2008, um capital eleitoral alto que, entre outras razões, obrigou o governador Geraldo Alckmin a entrar diretamente na tentativa de evitar o rompimento traumático.

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Na dinâmica das eleições municipais, são os vereadores quem fazem o trabalho em busca dos votos para o candidato a prefeito na periferia. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, durante as negociações com os parlamentares, Alckmin chegou a citar como exemplo sua derrota em 2008, afirmando que um dos motivos foi o fato de os vereadores tucanos terem trabalhado por Gilberto Kassab, então no DEM.

Desde que os vereadores começaram a dar indícios de que não participariam da nova Executiva do partido, na semana passada, o governador percebeu que a crise estava maior do que parecia e que a situação ameaçava escapar ao controle. Telefonou diretamente para os vereadores mais próximos e determinou, por meio do novo presidente municipal da legenda, Julio Semeghini, que fosse ampliado o espaço deles na Executiva.

Mas os ânimos entre seus secretários e outros tucanos adversários dos vereadores estavam por demais exaltados para uma pacificação. De um lado, aliados de Alckmin que estiveram com ele na derrota de 2008 e que culpam os vereadores pela eleição de Kassab. Do outro lado, os parlamentares chamando esse grupo de “revanchista”.

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Segundo os vereadores, não havia mais a garantia de que teriam a legenda para disputar suas reeleições em 2012. O resultado foi justamente a perda de controle por parte do governador. O que era para ser apenas uma negociação dura acabou tornando-se uma derrota principalmente para o grupo de Alckmin, pois o emagrecimento da bancada de vereadores do PSDB é interessante para Kassab, que pretende lançar candidato à própria sucessão, caso José Serra não dispute. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.