A luta interna das correntes do PT para controlar o mais importante cargo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira emperrou a escolha do relator. Dois grupos de petistas estão se digladiando pelo cargo: o do ex-líder Cândido Vaccarezza (SP) e o dos deputados Odair Cunha (MG) e Paulo Teixeira (SP). O presidente da CPI já está escolhido. Será o senador Vital do Rego (PMDB-PB).

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O favorito pela corrida rumo à relatoria da CPI ainda é Odair Cunha. Além do respaldo dos líderes do governo, Arlindo Chinaglia (SP), e do PT, Jilmar Tatto (SP), e da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o petista mineiro também conta com a simpatia da presidente Dilma Rousseff. Bem diferente de Vaccarezza que, segundo interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria tido o nome vetado pela própria Dilma, a quem serviu como líder até março.

Além de Lula, o nome do ex-líder do governo tem também o apoio do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e do ex-ministro José Dirceu.

Jilmar Tatto tentará nas próximas 48 horas chegar a um consenso em torno do nome do relator da CPI, que tem a primeira reunião marcada para quarta-feira, dia 25. Publicamente, a guerra das facções petistas e a interferência de Lula e de Dilma na composição da CPI são negadas pela cúpula petista. “Não há nenhuma interferência do Lula ou da presidente Dilma na CPI”, afirmou Tatto. Mas nos bastidores as informações são de que as disputas são grandes.

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Apesar das divergências internas, a cúpula petista está certa de quem for escolhido como relator agirá com “responsabilidade”, independente do grupo que sair vitorioso. Essa é a aposta dos que defendem Vaccarezza como relator da CPI. Seu nome enfrenta as maiores resistências na bancada por seu estilo bateu levou, que é encarado por alguns petistas como nocivo aos trabalhos da investigação parlamentar. Existe ainda o temor de que ele esteja magoado com a forma como foi demitido da liderança do governo e acabe se vingando na CPI.

Não é à toa que a disputa pelo cargo de relator acirra os ânimos petistas. O escolhido para conduzir as investigações sobre as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, terá o poder de definir o roteiro de trabalho de toda a apuração, além de estabelecer os limites e prioridades de depoimentos e das quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal dos suspeitos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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