Eleições

Ala peemedebista indica Requião como pré-candidato à presidência

O governador Roberto Requião foi indicado ontem, 21, como pré-candidato do PMDB à presidência da República, durante encontro do partido realizado em Curitiba. A moção de apoio à candidatura própria à sucessão de 2010 e a apresentação do nome do governador do Paraná teve o aval de representantes e deputados de 15 diretórios regionais do PMDB, do governador de Santa Catarina, Luis Henrique da Silveira, dos senadores Pedro Simon (RS) e Neuto de Couto (SC) e do presidente do PMDB de São Paulo, ex-governador Orestes Quércia.

A defesa da pré-candidatura de Requião foi feita pelo senador Pedro Simon, que cobrou do governador do Paraná uma resposta imediata. “Nós temos que tomar uma decisão. A partir de amanhã, podemos começar a percorrer o Brasil inteiro como pré-candidato. É só o Requião marcar a data que nós estamos nesta caminhada”, afirmou.

Antes de falar aos peemedebistas, Simon negou que o movimento pela

candidatura própria seja uma estratégia do grupo pró-aliança com os tucanos para atrapalhar o pré-acordo do grupo do presidente nacional do partido, Michel Temer, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para apoiar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão presidencial. “Não há acordo nenhum com o PT. O que houve foi uma reunião que nem foi da executiva do partido”, disse Simon, que assim como os demais peemedebistas que discursaram, cobriram a cúpula do partido de críticas dirigidas à forma como se comprometeram com a candidatura governista. Segundo Simon, a pré-candidatura de Requião pode ser uma forma de o presidente Lula e sua candidata não perderem a eleição para o governador de São Paulo, José Serra, no segundo turno.

Aceitou

Requião não se fez de rogado. Ao encerrar o encontro, disse que era necessário mandar o seguinte aviso à cúpula nacional do PMDB. “Aqui se consolida uma pré-candidatura”, afirmou o governador do Paraná. Aliado do presidente Lula nas três últimas eleições presidenciais, Requião disse que se o partido tem a oportunidade de participar da disputa, não pode abrir mão. “Sou amigo do Lula. Sou amigo pessoal da Dilma. Sou companheiro de militância e de juventude do Serra. Mas, antes de tudo, sou peemedebista e brasileiro”, afirmou.

Requião destacou a ausência dos deputados federais do Paraná no encontro de ontem. Dos seis deputados federais do partido, apenas Marcelo Almeida compareceu. “Os outros confirmaram, mas não vieram. Os que não estiveram aqui se arrependerão pelo resto de suas vidas porque aqui está renascendo o PMDB velho de guerra”, disse o governador paranaense, informando que vai percorrer todos os estados para buscar o apoio dos peemedebistas ao projeto da candidatura própria.

O programa de governo que Requião diz ser fundamental para amparar uma candidatura a presidente da República foi esboçado pelo professor e advogado Mangabeira Unger. Simon disse que esse programa expressa as ideias que o governador do Paraná defende há mais de vinte anos. O ex-governador de São Paulo, Orestes Quercia, que trabalha por uma aliança com o PSDB, em torno da candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à presidência da República, afirmou que se a candidatura própria prosperar, Requião terá seu apoio.

O governador de Santa Catarina também manifestou sua concordância com o lançamento de Requião. Disse que se o governador do Paraná percorrer o país com uma proposta de descentralização administrativa irá empolgar não apenas o partido, mas também à população.