O bloco de apoio ao atual governo venceu ontem a primeira queda de braço com o grupo do governador eleito, Beto Richa (PSDB), aprovando em primeira discussão o projeto que cria a Secretaria da Mulher.
A matéria integra o pacote de projetos que o governo eleito não pretendia que fossem votados antes da posse de Beto. A bancada governista também aprovou a abertura de um crédito de R$ 100 milhões para a Agência de Fomento, que também estava na lista de vetos tucanos.
O voto de minerva que permitiu a votação em primeira discussão da criação da secretaria foi dado pelo presidente em exercício da Casa, Antonio Anibelli (PMDB). Ele definiu a votação sobre a transformação do plenário em comissão geral, quando o painel mostrava empate de dezenove a dezenove, levando o projeto a plenário.
O líder da bancada de oposição, Elio Rusch (DEM), voltou a acusar o governador Orlando Pessuti (PMDB) de tentar interferir no mandato do próximo governador. “Em 25 dias, vai mudar o governador. Mas o atual continua tentando criar instituições que mexem com a política do próximo governador”, protestou Rusch.
Ele alegou que, quando o ex-governador Roberto Requião (PMDB) assumiu em 2003, o ex-governador Jaime Lerner extinguiu a Secretaria da Criança a pedido do peemedebista. “O Beto pediu para não aprovar este projeto porque ele vai montar um organograma novo”, afirmou.
Para os governistas atuais, ainda que haja dificuldades para concluir a votação dos projetos, a aprovação em primeira discussão já é uma vitória. Desta forma, se quiserem, poderão requerer a continuidade da tramitação da proposta no próximo governo. Se a matéria não entrar em votação, com a mudança de legislatura, o projeto vai direto para o arquivo.
A deputada Rosane Ferreira (PV) defendeu a proposta do governo atual lembrando que Pessuti encaminhou o projeto para a Assembleia Legislativa, em abril, logo depois que assumiu o governo.
As deputadas Luciana Rafagnin (PT) e Cida Borghetti (PP) também se manifestaram a favor da criação da nova secretaria. “Duvido que o Beto Richa seja contra. Trinta por cento das mulheres do Paraná são arrimo de família. A secretaria é importante para desenvolver ações de combate à violência, preconceito, mas também para abrir acesso ao microcrédito para as mulheres”, disse Rafagnin.