Airton Pisseti confirma denúncias feitas por Requião

O secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti, confirmou as denúncias feitas pelo governador Roberto Requião (PMDB) a uma emissora de rádio de Ponta Grossa, acusando o deputado estadual Edson Praczyk (PL) de exigir verbas de publicidade para seu programa de rádio para votar a favor de projetos de interesse do Palácio Iguaçu. Em nota distribuída pela Agência Estadual de Notícias, o secretário relatou que o deputado do PL condicionou seu apoio ao governo na Assembléia Legislativa em troca de verbas para emissoras de rádio que seriam indicadas por ele. Ontem, a Assembléia aprovou, por unanimidade, um requerimento do líder da bancada do PT, Tadeu Veneri (PT), convidando o secretário da Comunicação Social para esclarecer o episódio em plenário, na sessão de amanhã, dia 15.

O assunto monopolizou os debates na sessão de ontem da Assembléia Legislativa. Praczyk e o deputado Renato Gaúcho (PDT), invocado como testemunha do deputado do PL, negaram as acusações e apresentaram uma nova versão para o episódio denunciado pelo governador. Os deputados disseram que foram convidados a ir ao Palácio Iguaçu e que receberam uma oferta de verbas para emissoras em que trabalhavam. Eles não confirmaram o valor de R$ 45 mil mensais citado pelo governador.

O líder do governo, Dobrandino da Silva (PMDB), contestou o relato, afirmando que recebeu um pedido de Praczyk para que agendasse um encontro com o secretário. Na versão de Praczyk, ele esteve duas vezes com Pisseti e, em ambas, a convite do secretário. Na primeira, fazia parte do grupo o deputado Chico Noroeste (PL). Conforme o deputado do PL, eles foram levados pelo ex-líder do governo, deputado Natálio Stica, e a conversa não evoluiu porque Pisseti não sabia qual era o assunto a ser tratado e nem os deputados. Na segunda vez, segundo Praczyk, o grupo (desta vez sem Chico Noroeste) teria sido conduzido ao Palácio pelo atual líder do governo e a proposta de liberação de verbas teria sido feita por Pisseti.

Praczyk e Gaúcho disseram que recusaram o pagamento. Gaúcho afirmou que é funcionário de uma emissora de rádio e que a negociação de verbas publicitárias é com outro setor da empresa. Já Praczyk afirmou que faz apenas uma participação de cinco minutos num programa mantido pela igreja Universal do Reino de Deus. Os dois deputados disseram que foram conversar com o secretário porque haviam sido informados pelos líderes, o ex e o atual, que o governo queria "prestigiar" a bancada de apoio. Praczyk disse que pensou se tratar de liberação de emendas orçamentárias de parlamentares.

O ex-líder do governo, Natálio Stica (PT), não foi à sessão ontem. Dobrandino disse que não assistiu à conversa entre Pisseti e os deputados, já que saiu antes para voltar à sessão na Assembléia Legislativa. Acha que pode ter havido o que chamou de um "mal-entendido", mas deixou claro que não partiu dele o convite para que os dois deputados fossem ao Palácio Iguaçu. "Ele me pediu para acompanhá-los à secretaria. Eu fui, assim como marco várias conversas de deputados da base aliada com os secretários. O que ele iria tratar, não perguntei", afirmou Dobrandino. 

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