Em discurso para poucos parlamentares no Congresso, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, criticou o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e órgãos financeiros internacionais como um todo. “As ordens criadas desde a Segunda Guerra Mundial falharam. O Conselho de Segurança da ONU não consegue desempenhar seu papel. Não conseguiram trazer segurança para o mundo”, disse o iraniano, que passou cerca de uma hora e meia no salão nobre do Senado, onde ouviu os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), discursarem sobre a necessidade de paz no Oriente Médio.
Ahmadinejad disse ainda que a ONU não conseguiu resolver a questão palestina e organismos financeiros mundiais, como o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), não conseguiram evitar a crise financeira. “A questão palestina há 60 anos não se conseguiu resolver, não existe perspectiva para a resolução próxima disso. Outros órgãos financeiros no mundo não conseguiram resolver problemas”, afirmou.
“A distância entre sul e norte cada vez aumenta mais. Também estamos encarando a crise mundial e a pergunta que se faz é por que estes órgãos não fizeram sucesso”, disse. “A ordem do capitalismo no mundo está chegando a seu fim. Uma ordem que cria tanto frutos só deu aproveitamento para poucas pessoas e não para toda a humanidade.”
Apesar das críticas ao Conselho de Segurança da ONU, o presidente do Irã defendeu o ingresso do Brasil no grupo e também o fim do poder de veto entre os países participantes. “Podemos dizer que a estrutura principal do Conselho de Segurança da ONU é contra a paz porque é baseada na discriminação. Por que alguns países têm direitos de veto? Basta olhar para os conflitos no mundo nesses 60 anos e teremos a intervenção destes países, que nunca foram julgados. Foram mortas milhares de pessoas e os autores destes males no mundo têm direito de veto e imunidade. Essa configuração é injusta.”