Foto: Aliocha Maurício/O Estado

Osmar: senador e candidato do PDT alega calúnia e difamação.

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Ontem, foi a vez de o candidato ao governo do Estado da coligação Paraná da Verdade, senador Osmar Dias (PDT), anunciar que vai processar o governador Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição. Osmar anunciou que entra hoje, 30, na Justiça com uma ação contra Requião, alegando calúnia e difamação. Os motivos são as declarações do governador, anteontem, no debate entre candidatos à sucessão estadual na TV Bandeirantes e em entrevistas no rádio, questionando o valor de compra da fazenda Lagoa da Prata, de propriedade do pedetista, em Formoso do Araguaia, no Tocantins.

 ?Vou processar porque o Roberto Requião tem sido inconseqüente. Ele insiste em fazer acusações falsas. Requião se elegeu em cima de uma mentira e quer se reeleger em cima de outra?, disse, numa referência aos compromissos assumidos por Requião de reduzir as tarifas de pedágio.

Foto: Fábio Alexandre/O Estado

Requião questionou valor de compra da fazenda do adversário.

Ao se defender das acusações a respeito do valor de sua fazenda, o senador levantou questionamentos sobre o valor do hectare de uma área de 220 hectares comprada pelo Estado para a criação de um parque em Almirante Tamandaré, na região Metropolitana de Curitiba. Osmar disse que, embora fosse localizada numa região rural, no cálculo do hectare a área foi considerada de perímetro urbano.

A medida anunciada por Osmar é uma reação ao anúncio feito por Requião, que há dois dias afirmou que vai entrar com pedido de investigação judicial contra o adversário. O argumento do governador é que a fazenda de Osmar valeria muito mais do que os R$ 2,5 milhões que foram declarados pelo senador à Justiça Eleitoral. A assessoria jurídica de Requião informou ontem que outras ações deverão ser protocoladas ainda nesta semana contra Osmar.

Defesa

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A respeito dos questionamentos feitos por Osmar, a assessoria de Requião afirmou em seu site de campanha, que o senador provou desconhecer o que acontece no Paraná. Segundo a assessoria do PMDB, a área foi desapropriada e adquirida pelo governo do estado por R$ 8,5 milhões com recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema) e não do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) como mencionou o senador. Segundo o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, diferente do que mencionou o senador Osmar Dias as avaliações indicaram que parte do imóvel está em área rural e outra parte em área urbana. ?Não havendo qualquer alteração em definições como estas que são municipais?, declarou.

De acordo com a assessoria do PMDB, três avaliações da área foram realizadas para determinar o valor da desapropriação, variando entre R$ 8,5 milhões e R$ 10 milhões. Os proprietários tiveram o valor da desapropriação depositada em juízo, sendo que os valores das benfeitorias e taxas de transferência e escrituras não foram pagos pelo governo do Estado.

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A assessoria de Requião, em sua página da internet, contestou as acusações de Osmar sobre o pedágio, dizendo que diferente dos aliados do ex-governador Jaime Lerner, um dos idealizadores do modelo de pedágio que está hoje em vigor no Paraná, o governo Requião não autorizou reajustes às concessionárias de rodovias durante os últimos três anos e oito meses. Segundo Requião, as concessionárias pediram 62% de aumento nas tarifas, mas tiveram autorização para aumentar o pedágio somente 6%. ?O resto dos aumentos foi imposto por ações judiciais?, lembrou.