A primeira reunião da Executiva Nacional do PSDB em 2010 ocorrerá em Belo Horizonte, no final do mês. A decisão de prestigiar o governador mineiro, Aécio Neves, depois que ele renunciou à pré-candidatura presidencial, em dezembro, tem serventia dupla: mostrar que o ambiente interno é de “calma e normalidade” e impulsionar a candidatura do vice-governador Antônio Anastasia (PSDB) na corrida estadual, fortalecendo o palanque nacional da oposição no segundo maior colégio eleitoral do País.
Como o objetivo futuro é conquistar o apoio de Minas ao governador paulista, José Serra, que passou a ser o único pré-candidato tucano à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), adverte logo que a escolha do vice será “assunto proibido” na reunião.
Guerra sabe que o sonho de consumo do tucanato é a chapa puro-sangue, com Aécio como vice de Serra. Por isso, avisa que será uma “reunião normal”, para a qual Serra nem será convidado a participar, e que o vice não será discutido.
“Antecipar o debate do vice quando nem pré-candidato oficial nós temos, não é bom para o nosso projeto político em Minas, nem para a campanha nacional do PSDB”, defende.
Diante da enorme popularidade de Aécio e do desejo do eleitorado mineiro de vê-lo candidato a presidente, Guerra não tem dúvidas de que, “se fosse uma reunião para pressionar em favor da chapa puro-sangue, o último lugar para realizá-la seria Minas”.
A recomendação de não tratar do assunto não é só dele. Dirigentes e líderes tucanos que se encontraram com Guerra na segunda-feira, no Rio, já se acertaram em torno disso.
Foi nessa conversa que se decidiu a escolha de Belo Horizonte para sediar a reunião. Daqui para frente, as reuniões mensais da direção serão itinerantes. A escolha se dará na medida em que os palanques forem ajustados.