Documentos apreendidos pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora, divulgados pela edição da revista “Época” desta semana, complicam a já difícil situação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), acusado de ter montado um esquema de corrupção no governo. Entre os papeis, há uma agenda apreendida na casa de Fábio Simão, chefe de gabinete de Arruda, presidente da Federação Brasiliense de Futebol e, até a descoberta do escândalo, coordenador dos preparativos na cidade para a Copa do Mundo de 2014.
Dentre as anotações, uma refere-se ao governo e data de 22 de janeiro de 2007: “R$ 17.700 Arruda.” Em outro documento, apreendido na residência oficial do governo em Águas Claras, em um envelope que seria destinado a Fábio Simão, com data de 23 de novembro de 2009, aparecem anotações que tratariam de partilha de recursos: “1 – chefão 400, 2 – Dep Charles 100, 3 – Pesque Pague 800, 4 – Brazlândia 1500.”
Segundo a reportagem, na casa e no gabinete de outro auxiliar de Arruda, Domingos Lamoglia, conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, afastado depois de revelado o escândalo, a PF apreendeu um livro-caixa, agendas e papéis com nomes e iniciais de políticos, sempre com números ao lado, que seriam valores da suposta propina. Os papeis indicariam, ainda, a existência de dossiês feitos pelos secretários de Arruda para serem usados em eventuais disputas internas no governo. O governador disse que não vai comentar a reportagem.