A Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul cancelou na tarde desta sexta-feira, 13, um ato que estava organizando para receber a presidente da República afastada, Dilma Rousseff, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital gaúcha. Ela deve passar o fim de semana descansando na cidade ao lado da filha, Paula, e dos dois netos, e talvez até estenda a estadia por um ou dois dias. Como a chegada dela está indefinida, optou-se por cancelar o evento.
Na manhã desta sexta-feira, a Frente Brasil Popular e o PT-RS informaram que Dilma deixaria Brasília com desembarque previsto em Porto Alegre às 18 horas. O diretório gaúcho do partido publicou um convite em sua página oficial no Facebook, convocando a militância a esperar Dilma no aeroporto a partir das 17 horas. Até o meio-dia, 120 pessoas haviam confirmado presença no evento na rede social.
De acordo com o presidente do PT-RS, Ary Vannazi, o ato teria a participação de movimentos sociais e de parlamentares petistas. Dilma seria recebida com flores e com cartazes de apoio ao seu mandato, que foi suspenso por até 180 dias, após o Senado aprovar a admissibilidade do processo de impeachment.
Perto das 13 horas, no entanto, lideranças da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul informaram que o evento seria cancelado porque a agenda de Dilma havia mudado. Ela decidiu conceder, ao longo da tarde, entrevista a jornalistas estrangeiros que estão em Brasília. Por isso, ainda não se sabe se ela viajará a Porto Alegre ainda hoje ou no sábado.
Segundo a Frente Brasil Popular no RS, assim que houver uma definição sobre o embarque para Porto Alegre um novo ato será organizado para receber a presidente afastada.
Protesto contra Temer
Nesta sexta-feira, haverá um protesto contra o governo do presidente em exercício, Michel Temer, no centro de Porto Alegre. Até o meio-dia, 3,2 mil pessoas tinham confirmado presença por meio do Facebook. A mobilização será na Esquina Democrática, tradicional ponto de manifestações políticas e culturais na capital gaúcha.
Na quinta-feira, um grupo menor protestou contra Temer diante da sede do PMDB em Porto Alegre e, depois, seguiu em caminhada. Houve confusão quando a manifestação se encaminhava para o final. Por volta das 19 horas, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo em direção aos participantes. A Brigada Militar afirmou que usou o recurso para dispersar os manifestantes e desbloquear vias que estavam com o fluxo de carros interrompido.
Segundo o presidente do PT-RS, Ary Vanazzi, os atos de apoio a Dilma que têm ocorrido nos últimos dias são “espontâneos”, organizados pelas bases sociais ligadas ao partido. Está marcada para a próxima terça-feira, 17, uma reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília, quando será feito um diagnóstico mais preciso da situação atual. O objetivo é traçar uma estratégia política e uma agenda para Dilma defender seu mandato nas ruas, fazendo um giro pelo Brasil.
A partir da diretriz nacional, os diretórios estaduais, incluindo o diretório gaúcho, vão planejar ações no médio prazo. “A tendência é que o debate se acirre”, afirmou Vanazzi ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. “Queremos, daqui pra frente, ter mobilizações mais articuladas, com a participação da Dilma.”