Até que as direções nacionais do PT e do PDT façam uma última e definitiva reunião para tratar da aliança entre os dois partidos no Paraná para a sucessão estadual, a agenda eleitoral dos petistas paranaenses fica em suspenso.
O PT do Paraná anunciou ontem o cancelamento da vinda a Curitiba da pré-candidata do partido à presidência da República, Dilma Rousseff. Também já se estuda o adiamento da reunião do diretório estadual que estava marcada para este sábado.
Este foi o saldo da reunião realizada na noite de anteontem entre as direções nacional e estadual do partido, em Brasília, convocada para discutir a sucessão estadual.
No encontro de sábado, os integrantes do diretório estadual já se preparavam para sacramentar a decisão de lançar candidato próprio ao governo e sepultar, de vez, a proposta de aliança com o pré-candidato do PDT, senador Osmar Dias.
O PDT postula a indicação de Gleisi Hoffmann como candidata a vice-governadora na chapa de Osmar e o PT insiste em que a ex-presidente estadual é candidata ao Senado. No impasse, o PT estadual interrompeu a negociação com Osmar que, por sua vez, disse que somente conversaria com o presidente Lula (PT).
A direção nacional acha que ainda pode superar as divergências. A reunião entre os presidentes nacionais do PT, José Eduardo Dutra, e do PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ainda não está marcada.
Lupi está em Washington, nos Estados Unidos, participando da reunião do G-20, que reúne as dezenove maiores economias do mundo, mais um representante da União Européia.
O presidente do PT do Paraná, deputado Enio Verri, afirmou que o cancelamento da vinda da ex-ministra foi motivado por problemas de agenda e não devido às negociações para a sucessão estadual.
De acordo com o presidente estadual, Dilma já tinha outros compromissos na mesma data. Em Curitiba, a ex-ministra iria participar de um debate na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e almoçaria com o governador Orlando Pessuti (PMDB).
Verri confirmou que, na próxima semana, volta a Brasília para uma nova reunião com a direção nacional. Até lá, o presidente estadual do PT saberá se o senador Osmar Dias participa também do encontro.
Dutra, Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente do diretório estadual do PT, deputado Ênio Verri, foram os participantes da conversa de anteontem.
A avaliação é que todos os esforços devem ser feitos para que o PT tenha um candidato competitivo ao governo do Estado para ajudar Dilma. Se não houver acordo com Osmar, é grande a possibilidade de a própria Gleisi ser convidada a assumir a posição de candidata ao governo, atestam alguns petistas. No PT, até agora, os possíveis pré-candidatos são o ex-prefeito de Londrina e a ex-secretária estadual do Ensino Superior Lygia Pupatto.