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Agências reguladoras não serão aparelhadas, diz Alvaro Dias

O candidato do Podemos à Presidência, Alvaro Dias, disse que um eventual governo de seu partido não serão aceitas indicações políticas tanto para ministérios como para agências reguladoras. “Agências reguladoras não serão aparelhadas. Sigla nenhuma indicara ministro”, afirmou.

Dias defendeu hoje que é preciso “seguir em frente” com o combate à corrupção mesmo que haja “excessos” ou “injustiças”. Para o candidato é “inevitável” que isso aconteça por parte de órgãos como o Ministério Público, quando as instituições são empurradas pela população a fazer uma “limpa” no País.

“É evidente que quando se procura passar a limpo o País é possível o risco da injustiça. É inevitável que possa ocorrer injustiça aqui ou acolá, mas o que importa é o resultado para o País”, defendeu. “Se há risco de injustiça, não devemos parar, devemos seguir em frente”, complementou.

Dias fez essa defesa em evento da Coalizão pela Construção, grupo formado por 26 entidades da indústria da construção. O encontro denominado O Futuro do Brasil na Visão dos Presidenciáveis 2018 é organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção e tem o objetivo de “conhecer as ideias e as propostas dos presidenciáveis para o Brasil e para a recuperação do setor”. Já passaram pelo evento, nesta segunda, Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Dívida pública

Quando questionado sobre a questão fiscal, Dias defendeu que é preciso mais transparência para a dívida pública brasileira. Ninguém vai dar calote, mas queremos mostrar para onde está indo nosso dinheiro, afirmou. “Pedi ao TCU uma auditoria das contas públicas, que aponta distorções da dívida pública brasileira. O relatório aponta que há um suposto privilégio de que há tratamento desigual entre dealers e outros. Fica a suposição de que esse instrumento está sendo usado para a rolagem da dívida. Há possibilidade de redução das taxas de juros se administrarmos melhor a dívida pública e sua evolução”, disse.

Dias também criticou o Banco Central por não determinar as taxas de juros praticadas no País. Ele citou como exemplo Portugal que, segundo ele, controla as taxas de juros por lá. “O crédito está sujeito hoje a quatro grandes bancos porque o Banco Central não define as taxas de juros, ao contrário de Portugal. Aqui as taxas de juros praticadas pelos bancos chegam a 442%. Como ficam os consumidores nesse cenário? Segurança jurídica é oferecer uma legislação que permita investir sem ser enganado”, disse. (Renan Truffi, Mariana Haubert e Lu Aiko Otta)

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